Os projetos que a governadora Yeda enviou à Assembleia são uma verdadeira declaração de guerra contra os servidores, em especial contra o CPERS/Sindicato, o mais mobilizado do Estado. Ela praticamente liquida com o Plano de Carreira do magistério. Para quem não viveu a época, vale dizer que Yeda não inovou. O tal projeto é bem parecido com o chamado “acavalamento” de níveis feito por Collares. E o aumento é ridículo. Basta ver os números: o impacto será de R$ 38 milhões, e os beneficiados são 32 mil professores. Isso dá R$ 1.187 por ano, ou seja, R$ 91,00 por mês de aumento, e essa “fortuna” só vai ser entregue para uma ínfima minoria, sem nenhuma repercussão nas demais verbas!
É interessante observar como a luta contra a corrupção teve uma incidência direta na correlação de forças entre as classes no Estado, mais particularmente no embate de Yeda e seu projeto neoliberal com o CPERS. Antes da coletiva do PSOL, que reabriu com toda força a crise que havia sido fechada depois do encerramento da CPI do Detran, Yeda estava na ofensiva contra os trabalhadores em educação, e sua secretária prestes a enviar um projeto para acabar com o plano de carreira dos professores, sua maior conquista histórica. Com a crise reaberta o governo foi obrigado a recuar e a secretária inclusive caiu.
Agora, entretanto, Yeda voltou à ofensiva, pois a crise foi novamente fechada depois da (melancólica) votação que enterrou o impeachment. Isso demonstra claramente como a luta contra a corrupção é importante para as lutas da classe como um todo. Ela pode enfraquecer o inimigo, e dessa forma permitir que passemos à ofensiva. Quem sabe fatos novos não vão surgir para ajudar os trabalhadores em educação a resistir a mais esse ataque de Yeda?