Os estudantes da Unipampa estão reivindicando melhorias na infraestrutura e mais democracia na universidade. A seguir, o informe do companheiro Gustavo, dirigente do DCE da UFPel, que esteve acompanhando o movimento.
Informe sobre a greve dos estudantes da UNIPAMPA
A Universidade Federal do Pampa, fundada em 2006, é uma instituição multi-campi que está instalada em 10 municípios das regiões sul e oeste do estado do Rio Grande do Sul, Dom Pedrito, Caçapava do Sul, Jaguarão, Bagé, Santana do Livramento, Uruguaiana, Alegrete, São Borja, Itaqui e São Gabriel oferecendo 40 cursos em diversas áreas do conhecimento e tendo sede no município de Bagé.
A UNIPAMPA faz parte do programa de expansão das universidades no Brasil e tem como meta atrelada ao programa REUNI (Programa de Reestruturação e Expansão das universidades Federais) a disponibilização de 12 mil vagas até 2010. O REUNI é um projeto do Governo federal que como diz o nome visa reestruturar e expandir as IFES (Instituições Federais de Ensino Superior) em mais 130 mil vagas até 2010, mas com um aumento muito tímido nos investimentos para o ensino superior, que no governo FHC representavam 0,4% do PIB Brasileiro e hoje no governo Lula “saltaram” para ridículos 0,7%. O resultado disso não poderia ser dos melhores, hoje diversas universidades vêm passando por situações constrangedoras, como a falta de estrutura física, professores, laboratórios e bibliotecas defasadas, a UNIPAMPA é uma delas, a falta de estrutura física é clara, o curso de Fisioterapia, que esta instalado no município de Uruguaiana, tem uma necessidade de, no mínimo, seis laboratórios e não possui nenhum, faltam restaurantes universitários e moradia estudantil em todos os campi, sendo que os alunos de baixa renda que passam o dia estudando estão sujeitos a horas perdidas em transporte publico e pagam do próprio bolso sua alimentação, as bibliotecas tem pouco espaço e pouquíssimos livros , no entanto o maior problema da universidade é falta de professores, e foi entorno desta pauta que os estudantes da UNIPAMPA começaram uma mobilização unificada.
A greve dos alunos começou no Campus Uruguaiana na sexta-feira, dia 4 de setembro, estes paralisaram todas as aulas e iniciaram uma série de atos pedindo a resolução dos problemas que enfrentavam culminando em um grande ato que bloqueou a Ponte da Amizade, que liga a fronteira de Brasil e Argentina, ato este que teve repercussão em nível estadual, passando nos principais tele-jornais do Rio Grande do Sul. Após este episódio iniciou-se uma articulação com os outros campi da universidade, que passam pelos mesmos problemas de falta de estrutura e professores, no entanto a estrutura multi-campi da universidade sempre dificultou o encontro de todos os estudantes para construir uma pauta unificada de reivindicações e nesse momento houve a abertura deste espaço, durante a semana, com ajuda de coordenadores do DCE-UFPel, foi possível organizar uma grande mobilização na cidade de Bagé, sede da universidade. A movimentação começou com uma assembléia na manhã de quinta-feira, dia 17 de setembro, onde estiveram presentes representantes de vários campi da UNIPAMPA. Em Assembléia foi deliberado uma caminhada pela cidade, que conseguiu apoio da comunidade Bageense, houve encontro com os trabalhadores dos correios, somando-se duas importantes mobilizações contra o governo Lula. A passeata tinha como destino a reitoria da universidade, após a chegada dos estudantes está foi trancada até o momento em que a reitora Maria Beatriz Luce recebeu uma comissão de negociação dos estudantes, que portavam a seguinte pauta de reivindicações:
Infra-estrutura:
Construção de restaurantes universitários por cidade
Construção de casas do estudante por cidade
Construção de laboratórios específicos nos cursos
Construção de clinica escola pra o campus da saúde
Logistica:
Linhas de transporte universitário por cidade
Administração:
Garantia de planejamento estratégico para solucionar a falta de professores
Reitoria:
Universidade ser responsável pela criação dos convênios estágios
Garantia das vagas dos estágios curriculares, sob responsabilidade da universidade
Paridade nos conselhos e comissões da universidade
Abertura do processo eleitoral para reitor em 2009
Eleições diretas para reitor no 1º semestre de 2010
Marcar nova reunião com a comissão de estudantes
Prazo para formulação do regimento em conselho que se torna paritário, acrescentando estudantes e técnicos administradores, a comissão já existente
Prestação de contas e criação do conselho fiscal paritários 1/3 e permanentes.
Nesta reunião foram alcançados alguns objetivos, como prazos e garantia de recursos, no entanto a mobilização dos estudantes deve continuar até que todos os campi da Universidade estejam funcionando adequadamente.
O PSOL e o movimento estudantil organizado na zona sul, apoiaram, desde o começo, a greve dos estudantes da UNIPAMPA e continuaremos acompanhando de perto cada passo da organização dos mesmos.
Gustavo Steiernagel
PSOL Pelotas – Diretório Estadual do PSOL – DCE UFPel