Nesta segunda-feira, 14, foi o aniversário de 268 de Viamão e também de dois anos da isenção de pedágio para os moradores da cidade. Para marcar a data, o deputado Geraldinho, suplente de Luciana Genro e primeiro representante do município na Câmara Federal, participou de ato contra o pedágio.
Hoje, 15, em Brasília, ele protocolará projeto de lei que proíbe a instalação de pedágios em rodovias sem via alternativa, regulamentando o direito constitucional de ir e vir. Abaixo, segue manifesto do grupo de luta contra o pedágio em Viamão.
“Salve o 14 de setembro, salve o povo de Viamão.
No dia 14-09-2009 estará completando dois anos que o Primeiro Grupo Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul impediu a cobrança de pedágio de qualquer viamonense que trafegue pela RS 040, única rodovia asfaltada que liga os limites leste e oeste do nosso município. Exatamente na data em que Viamão completava 266 anos de fundação. É importante lembrar que aquela sessão do Tribunal colocava fim a um enfrentamento de mais de dois anos, em que centenas de viamonenses promoveram um fato e se assumiram como povo.
Talvez nada defina melhor o que seja povo do que a materialização de uma obra feita pelo povo. E o regime de direito de locomoção que hoje vige nos limites do nosso território é obra desse povo e daqueles que se assumiram como povo. Assumiram-se como povo porque abandonaram as suas prioridades individuais e se dedicaram às prioridades coletivas. E se é verdadeiro que não foram tantos quantos poderiam não é menos certo que mesmo sendo poucos foram em número suficiente para a obra a que se dedicaram. E fique claro que desejaram ardentemente agir e ser reconhecidos como povo na acepção mais ampla que o termo possa alcançar. E para muitos que imaginam que tenha sido fácil é bom que saibam que alguns sangraram, muitos ficaram insones, vários foram ofendidos como causa do mau entendimento, ou porque havia má vontade em entender aqueles que resolveram assumir como seu o problema do direito de locomoção dentro do nosso município. E todos, enfim, se viam a agiam como povo que é o que todos verdadeiramente eram.
Se as instituições de uma república têm por alvo servir o povo que as sustentam, é bom lembrar que as instituições facilmente abandonam esse propósito, elas freqüentemente são tentadas a se servir do povo em vez de servi-lo. E não há dúvida que as instituições de uma república que cobra aproximadamente quarenta por cento de impostos sobre a produção de um povo, e apesar disso cobra pedágio para deslocamentos em estradas públicas, está investido contra o povo. Está desafiando o povo. E o povo de Viamão reagiu diante do desafio que lhe foi feito. É saudável ver o povo reagir. É educativo ver a reação do povo. É dignificante ver a obra do povo, esse povo não tem o respeito que lhe foi doado, ele tem o respeito que conquistou, tem o respeito que fez por merecer.
Salve viamonenses que tiveram consciência do seu direito de locomoção, salve os viamonenses humildes que mesmo na ignorância de saber o exato sentido do que venha a ser o direito de locomoção se doaram por uma causa que sabiam ser a da justiça. A justiça que hoje é desfrutada por muitos e, às vezes abastados, foi conquistada, foi conquista de alguns, dentre os quais muitos não vivem na abastança.
A esses o melhor e maior de todos os salves.”