O presidente da OAB/RS – Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Sul, Cláudio Lamachia, disse nesta sexta-feira, 7, a lideranças do PSOL que não desconsidera a possibilidade de apoiar ou mesmo sugerir que a entidade entre com pedido de impeachment contra a governadora Yeda Crusius. Cauteloso, Lamachia prefere não fechar posição sobre o assunto antes de conhecer os dados do processo, que se encontra em sigilo na Justiça de Santa Maria. “Não tive acesso aos fatos, como vocês tiveram, e preciso conhecê-los antes para poder formar uma opinião com convicção”, disse o dirigente, que seguiria para Santa Maria logo após o encontro para pedir a quebra do sigilo à juíza Simone Barbizan Fortes.
“Acredito que o sigilo vá ser quebrado. Eu e o presidente da Assembleia Legislativa, Ivar Pavan, vamos pedir isso, e não existe ação civil pública em que os dados não sejam públicos”, ponderou. Presente à reunião, o vereador e advogado Pedro Ruas afirmou que, ao ter acesso às informações “certamente” a OAB entenderá que o impeachment se faz necessário. Ruas, acompanhado da colega de bancada, Fernanda Melchionna, da deputada federal licenciada Luciana Genro e do presidente estadual do PSOL, Roberto Robaina, lembrou que, há um ano e dois meses, já havia indícios suficientes para o impeachment, por isso, o partido protocolou pedido de impeachment na AL: “Agora, com as denúncias feitas pelo PSOL, e confirmadas nesta semana pelo MPF, só resta agilizar a apreciação desse pedido.”
Ruas afirmou que, caso a OAB decida por protocolar novo pedido de impeachment contra a governadora, o PSOL respeitará e apoiará a decisão. Robaina expressou sua preocupação com o cenário político estadual e ressaltou a importância de uma entidade importante como a OAB defender o afastamento de Yeda: “Assim, deixará de ser um pedido feito pelo nosso advogado e passará a ser uma requisição da entidade que representa os advogados, uma parcela da sociedade.”
Lamachia defendeu que a sociedade deve participar do debate, e disse que o pedido de quebra de sigilo não é para que a OAB conheça os dados, mas para que eles sejam apresentados a toda a população: “Quero abrir esse processo, e quero o apoio de vocês.” As lideranças garantiram o apoio nesse sentido e lembraram do risco que um possível afastamento judicial poderia representar para estabilidade política gaúcha, se tornando uma guerra de liminares. O presidente da entidade concordou, mas acrescentou que “o afastamento judicial não bloquearia a possibilidade do afastamento estável, via processo de impeachment.”