A direção do PSOL no Rio Grande do Norte se solidarizar com os trabalhadores do INSS naquele estado que, de forma determinada, colocam suas próprias vidas em prol da causa coletiva de todos os servidores do órgão. A situação é muito grave. Eles tiveram há bem pouco tempo a péssima notícia de desincorporação de vatagens judiciais de seus contracheques em percentual de 84,32%, algo que já vinham recebendo há mais de 15 anos e que fazia parte da renda familiar. Se não bastasse, depois de realizar greve (direito constitucional) por 29 dias, esses servidores ainda tiveram que amargar o desconto dos dias parados sendo computados como falta não-justificada.
Repudiamos todas essas medidas arbitrárias e unilaterais por parte do governo Lula, que não se coadunam com as políticas de esquerda nem tampouco com as práticas de um governo que se diz dos trabalhadores, mas são muito semelhantes às práticas de FHC, que por muitas vezes rechaçava os trabalhadores e seus direitos por meio de ações perversas e ditatoriais como essas que estão sendo impostas aos servidores mencionados.
Testemunhamos que centenas de trabalhadores estão recebendo remunerações inferiores a meio salário mínimo, o que é insconstitucional e um crime social, mas infelizmente a CF no Brasil em muitas ocasiões só é utilizada para beneficiar o poder.
Famílias e mais famílias estão sem condições sequer de comer, e são essas mesmas que vêm colocando seu suor a serviço da população brasileira por meio dos serviços públicos prestados à sociedade. Num dos momentos em que o presidente do PSOL potiguar, Sandro Pimentel, se encontrava no prédio central do INSS, ouviu uma servidora com quase 30 anos de serviço falar: “Não tenho dinheiro nem para comprar um pão, como vou viver? Como meus filhos irão se alimentar?” Afirmação como essa reflete o estágio de aflição, desolação e desesepero que aqueles servidores estão sendo submetidos, tudo sob os olhares míopes do governo Lula, que tem sido um verdadeiro carrasco dos servidores públicos.
Os parlamentares do Rio Grande do Norte também estão invisíveis, possivelmente passeando às custas do dinheiro da população, esquecendo-se de que com servidores desmotivados e sem a mínima qualidade de vida, jamais poderão prestar um serviço de qualidade à população. Quem consegue trabalhar com dignidade sabendo que seu filho está em casa sem um prato de comida? Nem se fala mais em plano de saúde, escola ou lazer, pois isso já é coisa do passado para esses agentes do estado, para esses servidores públicos.
O PSOL apoia a luta dos trabalhadores Manoel Moura, Francismar Maia, Erinaldo Nunes, Nilo Dias, Eugênio Pinheiro, Plínio Ramalho e João Bento que estão em greve de fome. De igual modo, também somos solidários e apoiamos a greve coletiva de todos os servidores do INSS, no entendimento de que quem recebe um salário tão minimizado, também está direta ou indiretamente em greve de fome.
Conclamamos as autoridades do Brasil e do mundo inteiro a tomarem todas as medidas cabíveis e urgentemente, pois cada minuto é muito precioso para quem coloca suas vidas a prêmio, no sentido de resolver essa tão grave problemática e restabelecer os salários dos companheiros, e considerar greve, tão somente como greve, e não como falta sem justificativa. Cadê a nossa justiça? Será que só vê a quem interessa enxergar?