Estudantes, centrais sindicais, movimentos sociais e o Fórum dos Servidores Públicos do Estado realizaram mais um ato pedindo o impeachment de Yeda Crusius na manhã desta quinta-feira, 18. Mais de 4 mil manifestantes reuniram-se por volta das 10h em frente à sede do Ministério Público Federal, no centro da Capital. Depois de reivindicar celeridade para apurar as denúncias de corrupção contra o governo, saíram em caminhada pelas avenidas Mauá e Borges de Medeiros, rumo ao Palácio Piratini.
Dezenas de motivos foram apontados pelos representantes de entidades para justificar o impeachment de Yeda. Enquanto se pronunciavam, um grupo com vassouras e baldes com água e sabão promoveu uma limpeza simbólica em frente ao Piratini. O objetivo era denunciar a “sujeira” do governo. Impedidos pela Polícia Militar de chegar até o palácio, lavaram a rua.
Durante o protesto, os manifestantes assinaram um abaixo-assinado para pressionar os deputados a assinar a CPI que, se instaurada, deverá investigar as denúncias de corrupção no governo. A vereadora Fernanda Melchionna defendeu o impeachment. “Por isso, é importante assinar a CPI, para recolher e apurar logo as provas da corrupção no governo.” Ela enfatizou que a luta contra a corrupção deve se dar em todas as esferas. “Eu tenho muito orgulho de lutar ao lado dos estudantes e trabalhadores, assim como estamos lutando contra a corrupção também na saúde, no governo Fogaça.”
Érico Correa, presidente do Sindicaixa lembrou que é necessário também se mobilizar para cobrar ações do governo Lula, neste período de recessão. “Precisamos chamar um dia nacional de luta unitária, como fizemos em 30 de abril. É Fora Yeda e abaixo às demissões”, propôs.
Repressão à mobilização
O dirigente do DCE da Ufrgs Rodolfo Mohr lembrou da repressão aos movimentos sociais feitas pelos governos tucanos. “Não é só aqui no Estado. Em São Paulo, o governo do PSDB colocou a PM no campus da USP, para bater nos estudantes”. Ele repudiou a ação da Brigada na escola estadual Japão. Segundo a estudante do primeiro ano Jhessica Anne Mari, dezenas de alunos que estavam se organizando em frente ao colégio para ir ao ato foram intimidados pela direção da escola. Não conseguindo conter a mobilização, a direção chamou os policiais para barrar a participação dos jovens no protesto. Tássia Lopes, militante do movimento Romper o Dia, conta que 28 estudantes enfrentaram a Brigada e se deslocaram até o ponto de concentração do protesto. “Se os jovens podem votar com 16 anos, têm idade também para protestar contra o governo.”
O pedido de Fora Yeda no ato desta quinta foi feito por estudantes de diversas cidades do Estado, inclusive por alunos surdos. Comunicando-se em Libras, com tradução simultânea sonora, representante do grêmio da escola de surdos de Santa Maria protestou contra o fechamento das escolas especiais e exigiu o impeachment da governadora.