O governo do estado de Roraima não cumpriu o acordo com os militares grevistas assinado pelo secretário de Segurança Pública, pelo comandante-geral da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros e por dois deputados estaduais, obitido após 24 dias de greve. O acordo garantia que não haveriam punições administrativas ou prisões arbitrárias dos líderes do movimento.
No dia seguinte ao fim da greve, já houve o descumprimento do acordo com a prisão de Marco Prisco, diretor da Anaspra – Associação Nacional dos Praças, liberado por habeas corpus. Agora, são cinco líderes presos, entre eles, Franciso Sampaio, presidente da APBM/RR – Associação dos Policiais e Bombeiros Militares de Roraima. Diante dessa arbitrariedade, Prisco e a presidente da Associação dos Familiares e Amigos dos Policiais e Bombeiros Militares de Roraima, Luana Cássia Coutinho, deslocaram-se para Brasilia a fim de pedir apoio dos parlamentares para a soltura dos presos.
Com a ajuda da deputada federal Luciana Genro, ambos reuniram-se com o senador Cristovam Buarque, presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, e com o deputado Luís Couto, presidente da comissão na Câmara. Eles se comprometeram em interceder junto ao governo do Estado e autoridades pela libertação dos presos.
Luciana denunciou, na reunião da Comisão de Direitos Humanos da Câmara, o descumprimento do acordo e o desrespeito aos direitos dos policiais. “A democracia, mesmo precária, que nós civis usufruímos ainda não chegou aos quartéis. É preciso mudar essa situação e o parlamento não pode se omitir diante das arbitrariedades recorrentes contra os militares que defendem seus direitos”. Na audiência, também foi aprovado o requerimento da deputadapara uma audiência púbica sobre as denúncias de perseguições e transferências dos militares do Exército que foram condidatos a cargos eletivos em 2008, denunciadas pelo capitão Luis Fernando, que também vem sendo perseguido.