Cerca de 300 representantes de movimentos sociais e partidos políticos, entre eles, o PSOL, promoveram na noite de quarta-feira, 6, na Praça dos Três Poderes, uma manifestação pacífica pela saída do ministro Gilmar Mendes da presidência do STF – Supremo Tribunal Federal. O movimento recebeu o nome de ‘Gilmar Dantas: saia às ruas e não volte ao STF’, em alusão aos habeas corpus concedidos por Mendes ao banqueiro Daniel Dantas, quando este foi preso na Operação Satiagraha, e a uma frase usada pelo ministro Joaquim Barbosa em recente discussão com Mendes no plenário do tribunal.
Os manifestantes acenderam milhares de velas ao redor de uma bandeira brasileira e em toda a extensão da praça, além de entoarem refrões contra o presidente do Supremo. “O Judiciário brasileiro ainda não é transparente e a gente acha que tem que ser iluminado. Para isso tem que ter novas figuras. O ministro Gilmar Mendes representa uma parcialidade que não se coaduna com o seu cargo”, afirmou o cientista político João Francisco Araújo, idealizador do ato. “Fazemos um convite para que ele se retire.”
Os parlamentares e militantes do PSOL compareceram segurando faixas com a inscrição ‘Xô Gilmar Mendes’. A deputada federal Luciana Genro ressaltou que a simbologia do protesto já seria significativa, mesmo que a saída de Mendes da presidência do STF não aconteça. “É muito importante essa consciência, que vem se desenvolvendo na sociedade, de que o Supremo não é intocável. De que aqueles homens e mulheres que lá estão têm que prestar contas à sociedade de seus atos e não podem ficar isolados numa redoma de vidro, distantes da opinião pública”, disse.
No momento do protesto, Gilmar Mendes e vários outros ministros participavam no STF da cerimônia de lançamento do , publicação do site Consultor Jurídico. Do salão em que as autoridades se encontravam era possível avistar a manifestação, ouvir gritos e apitos.
A assessoria de imprensa do STF informou que Mendes não iria se pronunciar em relação ao protesto. Pela manhã, em evento do CNJ – Conselho Nacional de Justiça, ele havia dito que não se incomodava com eventuais manifestações contrárias a sua gestão. No fim do ano passado, Mendes chegou a afirmar, em uma entrevista coletiva, que “os protestadores” contra a atuação dele “não enchem uma Kombi”.
Fonte: Agência Brasil