Policiais militares de Roraima podem ser punidos devido a greve
Policiais militares de Roraima podem ser punidos devido a greve

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Discurso de Luciana Genro critica posição do governo estadual

Em discurso, no plenário da Câmara, nesta terça-feira, 7, a deputada Luciana Genro alertou sobre a situação que ocorre no estado de Roraima, devido à greve de policiais militares, desde o dia 30 de março. Conforme denúncia recebida pela parlamentar, o governo estadual se recusa a garantir que não haverá punições aos militares, mesmo depois da categoria ter aceito a proposta do Executivo.

De acordo com a deputada, o governador Anchieta Júnior não concede a garantia de que os policiais militares não sofreram punições. A categoria, que entrou em greve cobrando o reajuste de 43% prometido pelo Executivo em abril de 2008, já se pronunciou em aceitar a proposta do governo, de aumento de apenas 14,5% , mas receia diante da possibilidade de retaliações.

Luciana disse que os policiais do Rio Grande do Sul recebem salário de R$ 700. Lembrou que o governo federal está fazendo cortes na área da segurança pública, especialmente, no Pronaci. E criticou o fato de que, diante de tudo isso, o governo pagou R$ 56 bilhões com juros e amortizações da dívida pública.

Leia o pronunciamento de Luciana Genro:

“Sr. presidente, sras. e srs. deputados,

Uma situação gravíssima acontece no Estado de Roraima. As forças da segurança pública estaduais estão sendo desrespeitadas, ameaçadas e desconsideradas pelo Governo do Estado. Desde abril do ano passado o Governo do Estado vem prometendo um reajuste salarial de 43% para a PM, reajuste que foi concedido para todas as categorias, exceto a PM. Em outubro nova promessa, e mais frustração. Janeiro repete-se a mentira novamente, e pasmem, em março nova promessa e nada!! O resultado deste descaso não podia ser outro: a PM entrou em greve no dia 30 de março. Hoje são cerca de 400 policiais, que acompanhados por suas famílias que se mobilizaram em solidariedade, ocupam um quartel. São centenas de familiares que saíram do conforto das suas casas para demonstrar ao Governo e á sociedade de Roraima que a PM não aguenta mais o arrocho, a repressão e a falta de respeito com a PM.

A contraproposta salarial do Governo já foi até aceita pela categoria, apesar de ser bastante reduzida em relação às promessas que haviam sido feitas. Mas a categoria aceitou os 14,5% em duas parcelas, oferecidos pelo Governo, numa clara demonstração de boa vontade e desejo de solucionar o impasse e garantir a volta dos policiais às suas atividades normais. Mas aqui nova intransigência do Governo!! O Governador José de Anchieta Júnior, se recusa a conceder a anistia estadual, e garantir que ninguém será punido por supostos crimes administrativos. O que espera o Governador? Que a categoria rife os seus Líderes, abandonando a luta antes da garantia de que não haverá punições??? Por favor, isso é absurdo!

Quero aqui fazer um apelo ao Governador para que abra os olhos e perceba que o melhor para o povo de Roraima é a negociação com a PM e a garantia da anistia. E também um apelo ao Governo Federal, especialmente a Secretaria Nacional de Segurança Pública, para que intervenha neste processo e ajude a solucionar o impasse. Quero também deixar o meu abraço a estes valorosos homens e mulheres da PM de Roraima, por sua valentia na defesa dos seus direitos. Mas quero também deixar os meus parabéns e a minha admiração às esposas, filhos, mães, familiares que fizeram este gesto de solidariedade e se juntaram à luta dos PMs. Vocês todos estão dando um exemplo de cidadania para o Brasil!! Aqui na Câmara o PSOL está a postos para fazer todos os esforços para que nenhum PM seja punido, inclusive apresentando um projeto de anistia, se for esta a necessidade.”

Fonte: Liderança do PSOL