Agravada a crise na relação
A assinatura de Juliana Brizola não deve ser suficiente para garantir a criação da CPI da Saúde na Câmara, com o objetivo de investigar irregularidades em contratos com o Instituto Sollus, mas serviu para tensionar ainda mais a relação da herdeira de Leonel Brizola com lideranças trabalhistas. Há dias, desde que Juliana e Mauro Zacher protagonizaram bate-boca e troca de acusações em plenário, o partido está desconfortável com a atuação da vereadora, que está expondo e provocando desgastes não apenas ao PDT, mas também à gestão de José Fortunati no Paço Municipal. Também incomoda o partido a proximidade de Juliana com Pedro Ruas, que, segundo trabalhistas, se tornou orientador da vereadora. Na última semana, ela chegou a consultar o TRE sobre os riscos de perder o mandato caso troque o PDT pelo PSol. Até domingo, a intenção era a de promover uma reaproximação com Juliana, mas agora, após a última “investida”, a disposição de lideranças do PDT ficou prejudicada.
”Revanche”
Integrantes da cúpula do PDT classificaram a ação de Juliana como “revanche”. A vereadora estaria insatisfeita pela manobra da base de Fortunati, que apresentou requerimento para a instalação da CPI do ProJovem, inviabilizando seu pedido, feito anteriormente. Ela estaria ainda dando uma “resposta” à negativa que recebeu quando tentou manter indicados na Secretaria da Juventude após a saída de Alexandre Rambo, seu marido, da Pasta.
Rejeição anunciada
A Procuradoria da Câmara Municipal deve se manifestar apenas amanhã sobre a validade da assinatura da suplente Neuza Canabarro, que avalizou o requerimento da CPI da Saúde em março, quando estava na Casa. Já há entendimento entre vereadores, porém, que o requerimento, de autoria de Pedro Ruas, será rejeitado, pois a assinatura de Neuza apenas seria válida se ela estivesse no exercício do mandato na data de apresentação do documento.
Discurso ensaiado
Deputados favoráveis à aplicação do índice máximo de aumento nos seus salários, de 75% dos vencimentos dos deputados federais, passaram o dia afinando o discurso para a sessão plenária de hoje, quando a proposta deve ser votada.
Medo de quê?
Se os deputados têm tanta convicção de que o reajuste sobre os seus salários deve ser o máximo permitido, não há como justificar a irritação e a resistência de alguns parlamentares em se manifestarem sobre o tema publicamente.