Deputada cobra de ministro da Previdência mudança de opinião
A deputada Luciana Genro reiterou sua posição ao considerar injusta a instituição do fator previdenciário como cálculo de aposentadorias e pensões. “O fator penaliza quem começa a trabalhar mais jovem. É injusto”. A declaração foi feita durante audiência pública da Comissão de Finanças e Tributação, nesta terça-feira, 7, com presença do ministro da Previdência, José Pimentel. Ela também cobrou do ministro, que é deputado do PT, o fato do governo defender o fator, já que o partido foi contra quando era oposição.
De acordo com a deputada, a pessoa que entra no mercado de trabalho mais cedo é muito prejudicado com o fator previdenciário. Ela deu como exemplo um jovem que começar a trabalhar aos 16 anos acabará trabalhando 4 anos a mais do que um jovem que iniciar no mercado aos 22 anos. Segundo Luciana Genro, estudo da Fapesp – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo aponta que o achatamento das aposentadorias e pensões representam 31,8% para os homens e 42,7% para as mulheres. “A injustiça é evidente”.
A deputada criticou o argumento do governo federal de que teria economizado R$ 10 bilhões, com o fator previdenciário, desde 1999, quando foi criado. Para Luciana Genro, esse dinheiro deveria ter gerado renda e circulado no mercado. Outro ponto destacado pela deputada é o fato do governo federal ter pago somente com juros e amortização da dívida pública R$ 56 bilhões, somente nos três primeiros meses deste ano, valor que representa 30% do orçamento. “Os aposentados não podem pagar essa conta, de um sistema econômico perverso”.
O projeto de extinção do fator previdenciário, do senador Paulo Paim, foi aprovado no Senado e tramita na Câmara. Luciana Genro disse que a proposta do relator, deputado Pepe Vargas, não é a ideal, embora represente um pequeno avanço. “Vou continuar defendendo a extinção do fator”, afirmou a deputada.
Fonte: Liderança do PSOL