Câmara adia votação sobre candidatos ficha suja
A votação do projeto que impede a candidatura de políticos com “ficha suja” foi mais uma vez adiada na Câmara. O projeto não obteve o apoio necessário entre os líderes partidários para ser votado na sessão de ontem e só deverá voltar ao plenário no próximo mês. Na reunião do presidente da Câmara, Michel Temer, do PMDB, com os líderes partidários ficou definido que a proposta seria remetida ontem para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), com prazo até 29 de abril para analisar o projeto.
Se esse prazo não for cumprido, o PMDB e o PT se comprometeram a dar o número necessário de assinaturas para que o projeto siga em regime de urgência para votação no plenário. Até agora, o Dem, o PSDB, o PPS, o PHS, o PSol e o PV assinaram o pedido para a votação imediata do projeto, mas não atingiram os 257 apoios de deputados exigidos para o requerimento, segundo contabilizou o relator da proposta, deputado Índio da Costa (Dem-RJ). Ele contou ainda que, na reunião com Temer, além do PMDB e do PT, que se negaram a dar o apoio para a votação na sessão de ontem, o PTB, o PP e o PR também se recusaram a votar agora.
O presidente da Câmara afirmou que levará o projeto ao plenário na primeira semana de maio. Este prazo é para fazer os acertos no conteúdo da proposta. Segundo ele, seria desmoralizante para a Câmara se o projeto fosse rejeitado.
Entidades manterão pressão no Congresso
Diante do adiamento da votação em plenário do projeto Ficha Limpa, as entidades que defendem sua aprovação se mobilizam para pressionar a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. O coordenador político do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, Francisco Whitaker, considera que o adiamento permitirá ao MCCE observar as emendas sem desfigurar a proposta original e ter mais tempo para convencer os parlamentares a aprovarem o projeto.
TALINE OPPITZ
Ficha Limpa agora não
A votação do Ficha Limpa, que entre outras medidas moralizadoras torna inelegíveis candidatos com condenações judiciais, se tornou o novo foco da oposição para desgastar o Planalto e a base, que não deu acordo à analise e empurrou a votação para maio. A pressão sobre os governistas colocou do mesmo lado partidos que costumam atuar em frentes distintas, como Dem, PSDB, PPS, PSol e PV.