Uma verdadeira farsa foi montada nesta quinta-feira, 8, na Assembleia Legislativa pela base aliada do governo para arquivar o pedido de impeachmet da governadora Yeda Rorato Crusius, protocolado em 9 de julho pelo Fórum dos Servidores Públicos Estaduais. O pedido foi aceito em setembro pelo presidente da AL, deputado Ivar Pavan, que ao ler os documentos da ação de improbidade administrativa que tramita na 3ª Vara Federal de Santa Maria, reconheceu 26 indícios muito fortes de crimes da governadora. O presidente da Comissão Especial que analisa o impeachment, Pedro Westphalen, indeferiu todos os pedidos de diligências feitos pelos parlamentares da oposição e também de reuniões para que fossem vistos documentos que estão sob sigilo de justiça.
A relatora, Zilá Breitenbach, do PSDB, em menos de uma semana redigiu um parecer que, com uma linguagem empolada de juridiquês, revela um profundo desconhecimento jurídico. Até mesmo o deputado Carlos Gomes, hoje no PRB, que foi eleito para representar o PPS e trocou de partido, votou na ocasião contrariando o parecer da procuradoria da Casa, segundo o qual, ao trocar de partido perdera o direito de voto.
Na ânsia de abafar as discussões sobre a roubalheira instalada no governo gaúcho e a possibilidade da publicidade dos escândalos, como o fato de mobiliar a casa com dinheiro publico, o relatório foi elaborado e lido a toque de caixa, sem a presença da oposição e nem mesmo a maioria simples dos votos, exigida pela lei 1079 para qualquer votação, ou seja 16 votos favoráveis.
Um dia antes, a Casa Civil admitiu publicamente a compra de móveis para o quarto dos netos da governadora, entregues em sua casa, e outras mercadorias necessárias para a reforma de sua propriedade particular na Rua Araruama, na Vila Jardim. As autoridades alegam serem legais as compras feitas nas lojas da Capital e que os móveis, o piso, o cimento e a areia usados na reforma seriam devolvidos ao governo assim que Yeda terminasse o mandato. Um verdadeiro acinte à inteligência dos gaúchos.
por Wálmaro Paz