Zelaya se apresenta à Justiça se for restituído
Tecugicalpa — O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, garantiu ontem estar disposto a se apresentar à Justiça de seu país e a responder por crimes atribuídos a ele com a condição de ser restituído ao governo. ”Estou disposto a responder”, disse Zelaya. ”Por isso voltei, porque sou inocente”, afirmou.
A missão de seis deputados brasileiros em Tegucigalpa estava reunida ontem à noite com Zelaya. O grupo recebeu críticas da Corte Suprema de Justiça à interferência do país na crise hondurenha. Liderada pelo deputado Raul Jungmann (PPS-PE), a missão enfrentou dificuldades para ingressar na embaixada brasileira. Só teve sucesso porque o Congresso e a Corte Suprema deram expressa autorização. No encontro com a comunidade brasileira, os deputados foram surpreendidos pela condenação das ”ações” do Itamaraty. Integram a comissão, além de Jungmann (PPS-PE), Ivan Valente (PSOL-SP), Cláudio Cajado (DEM-BA), Marcondes Gadelha (PMDB-PB), Maurício Rands (PT-PE) e Bruno Araújo (PSDB-PE).
Também ontem o presidente de fato de Honduras, Roberto Micheletti, recuou do ultimato imposto ao Brasil para decidir o destino de Zelaya, refugiado na embaixada há mais de uma semana. Ele havia dado na semana passada dez dias para que o Brasil decidisse se concederia asilo a Zelaya ou o entregaria às autoridades locais, para que fosse julgado por traição. ”Eles (Zelaya e seus seguidores) podem ficar lá o quanto quiserem, desde que a embaixada não seja usada para campanha política”, disse.