Luciana Genro (PSOL) e Fernanda Melchionna (PSOL), deputadas estadual e federal respectivamente, participaram da aula inaugural do curso de Recepcionista em Serviços de Saúde vinculado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) e ao Instituto de Ciências da Saúde da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). O evento ocorreu no Campus Restinga, onde as aulas serão ministradas ao longo do semestre.
O território, historicamente marcado pela desigualdade social e pelos efeitos de um processo de higienização urbana que, nos anos 1960, empurrou milhares de famílias para as periferias de Porto Alegre, atualmente enxerga na unidade uma forma de resistência estratégica, concreta, no enfrentamento às consequências dessa exclusão, ainda visíveis na comunidade. “A Restinga, assim como tantas outras periferias de Porto Alegre, carrega marcas profundas de uma cidade que escolheu segregar a sua população mais vulnerável. Por isso, é essencial investir em educação e na qualificação profissional dos moradores daqui, garantindo a sua autonomia, dignidade e cidadania”, destacou a deputada Luciana Genro ao ressaltar a importância do projeto “Reparação Histórica, Autonomia e Cidadania” desenvolvido pela universidade.
“Pelo que vemos hoje na plateia, teremos a formação de uma turma de maioria feminina. Isso me alegra, pois quando uma mulher da periferia conquista a sua autonomia, através da sua emancipação e do emprego, toda a comunidade ganha e avança junto”, pontuou a deputada ao parabenizar Fernanda Melchionna pela emenda destinada ao IFRS que possibilitou a criação deste curso e a futura formação de mais de 40 alunos.
“Por décadas, nós, mulheres, fomos empurradas para as margens das oportunidades de estudo, trabalho e autonomia. Por isso, ao investir na formação profissional, especialmente das mulheres das periferias, quebramos um ciclo histórico de exclusão, violência e exploração. Assim, o curso de Recepcionista em Serviços de Saúde não é apenas um ato de resistência, é um passo concreto de emancipação feminina”, celebrou Fernanda Melchionna que, ao todo, já destinou mais de R$1 milhão de reais de suas emendas para o instituto.
“O SUS é uma das maiores conquistas do povo brasileiro, mas defendê-lo também significa investir nas pessoas que o constroem todos os dias e, principalmente, valorizar as mulheres que estão na linha de frente, garantindo acolhimento e cuidado”, finalizou Luciana Genro ao se dirigir ao público presente.
Essa é mais uma iniciativa dos mandatos que reafirma a importância de políticas públicas voltadas à população periférica, que historicamente foi afastada dos centros de decisão, das oportunidades e dos serviços de qualidade.
