Nesta quarta-feira (10) a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) da Assembleia Legislativa recebeu, por proposição da deputada Luciana Genro (PSOL), Juliana Lopes Macedo, mãe do adolescente João Vitor (15 anos) que foi morto no bairro Agronomia no final de março.
“É importante que a Comissão acompanhe essa ocorrência, até porque existe uma testemunha que precisa ter a sua segurança garantida. O acompanhamento é muito importante para que se possa desvendar o caso e confirmar se foi, de fato, uma execução por parte da polícia”, pontuou Luciana Genro.
João Vitor foi encontrado baleado no Beco dos Marianos e encaminhado ao Hospital de Pronto Socorro. Após três paradas cardíacas, o adolescente não resistiu. A suspeita é de que ele tenha sido atingido durante ação de policiais civis.
“O meu filho relatou, antes de morrer, que policiais tinham atirado nele. Mas eu não acreditei, porque eu pensava que o dever da polícia é punir e prender… Eu não acreditava que teriam feito isso! Na minha cabeça, se fossem policiais, teriam prestado socorro. Mas aí veio a testemunha e as imagens das câmeras (a que tive acesso) e mostram que foram, sim, os policiais”, desabafou Juliana.
Um dos indícios analisados é um vídeo obtido por meio das câmeras de segurança de um estabelecimento perto de onde o adolescente foi morto. As imagens teriam registrado cenas de João Vitor e outro adolescente correndo na Avenida Bento Gonçalves, indo ao Beco dos Marianos, e a viatura seguindo na mesma direção, com o giroflex ligado. Após algum tempo, o outro garoto retorna correndo e o veículo da Polícia Civil deixa o beco. Mais tarde João Vitor, já baleado, foi socorrido por populares.
A CCDH deve oficiar ao Chefe de Polícia Civil, para que compareça a uma próxima sessão da Comissão para explicar o que aconteceu, bem como elucidar o andamento da investigação. Também serão oficiados a Secretaria de Segurança Pública e o Governador do Estado. Luciana Genro ainda solicitou que, por medidas de segurança, seja informado imediatamente qual a viatura que aparece nas filmagens, assim como cobrou que a proteção da testemunha seja garantida.
O caso, que está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Civil, veio a público quando parentes e amigos realizaram um protesto e fecharam a Avenida Bento Gonçalves, com pedidos de justiça.