Por iniciativa da militância negra do MES, foi lançada, em Porto Alegre, a edição Marxismo Negro – História, Teoria e Política, da Revista Movimento. O lançamento foi organizado pelos autores Carla Zanella, coordenadora da Emancipa Mulher, e Gilvandro Antunes, coordenador do Movimento Vidas Negras Importam.
A edição conta com participação de militantes negros e negras do país inteiro, sendo 13 textos e 17 autores que colaboraram com a elaboração da revista.
A deputada Luciana Genro (PSOL) prestigiou o evento ao lado da militância e incentivou todos e todas a assinarem a Revista Movimento. “É muito importante que a militância de esquerda, seja ela antirracista, feminista, LGBTQIA+, seja vista a partir da perspectiva do marxismo. Não podemos dividir a militância em caixinhas, sem ligação com o problema de classe e com o que o capitalismo faz com as minorias, com a classe trabalhadora como um todo”, destacou Luciana.
Carla Zanella destacou a importância do conjunto da militância em debater, discutir e estudar o marximo pelo olhar da negritude. “O Brasil, por exemplo, teve sua história forjada pela desumanização de corpos negros. Quase 400 anos de escravidão deixam marcas duras, mas, para que possam ser enfrentadas, precisam, em primeiro lugar, ser reconhecidas”, concluiu Carla, que escreveu o texto “Os desafios do Feminismo Negro na luta anticapitalista” em conjunto com Zeneide Lima, integrante da Direção Nacional do PSOL e militante do Movimento RJ Solo Preto e Indígena.
Gilvandro Antunes, autor do texto “Frantz Fanon: um revolucionário antirracista de pensamento decolonial” destacou que, como disse Fanon, a luta por emancipação e por libertação não podem significar uma volta ao passado, mas sim, um salto revolucionário para uma nova sociedade que supere as contradições do passado e do presente.
Estiveram presentes no evento o vereador Roberto Robaina (PSOL) e representantes de diversas entidades e movimentos sociais, como os integrantes do Movimento Vidas Negras Importam, que abriram o evento com uma participação cultural, o DCE da UFRGS, o SIMPA, a Associação Mães e Pais pela Democracia, o Emancipa Comunidades, entre outros.
Encerrando o lançamento, Tamyres Filgueira, coordenadora do Núcleo de Estudos Africanos, Afro-Brasileiros e Indígenas da UFRGS (NEABI) e pré-candidata a vice-prefeita de Porto Alegre pelo PSOL, trouxe diversos elementos que permeiam as pessoas negras. “Eu passei por diversos momentos de racismo durante minha adolescência. Naquele momento, eu não sabia o que era isso, mas, quando entrei nos movimentos sociais e me descobri como um agente político da nossa sociedade, quando encontrei o marxismo, percebi que poderia ajudar a mudar essa realidade. Desde então, nunca mais parei de lutar contra o racismo e contra as opressões que a nossa sociedade enfrenta”, destacou Tamyres.
A Revista Movimento, além da sua edição física, também possui a assinatura digital. É uma ferramenta de debate e estudo marxista, com edição impressa a cada três meses com assuntos pertinentes para a sociedade. Você pode fazer a sua assinatura através do site: assinatura.movimentorevista.com.br.
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