A líder da bancada do PSOL na Assembleia gaúcha, Luciana Genro, representou o partido na mesa da plenária que reuniu sindicatos e parlamentares para defender a anulação do leilão da Corsan e a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre o assunto. Os participantes também exigiram o fim do sigilo do processo, para que a população do estado conheça os fatos relativos à privatização da companhia.
“Não aceitamos essa absoluta falta de transparência do processo de privatização da Corsan. Por que o sigilo?”, questionou Luciana Genro, que também preside o PSOL gaúcho. A deputada apontou que os recentes casos de demora no retorno da luz para milhares de pessoas após os ciclones em todo o estado demonstraram a falta de qualidade da CEEE Equatorial após a privatização.
A plenária contou com representantes de sindicatos e movimentos, como o Sindiágua-RS e o 39º Núcleo do Cpers, representado por Neiva Lazzarotto, além dos partidos PSOL, PT e PCdoB. Luciana Genro fez a leitura do manifesto elaborado pelos participantes, que aponta que a venda da Corsan está cheia de irregularidades e suspeitas, além de ter sido vendida por um preço muito abaixo do que ela realmente custaria.
“Apenas a Aegea estava em condições de participar e, por isso, apresentou o preço mínimo. A preocupação nunca foi com a defesa do interesse público nem com a correção do processo”, destacam no manifesto. O pedido de sigilo por parte do governo Leite, mesmo quando o julgamento for concluído, também foi criticado.
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) precisa concluir o julgamento do mérito, que foi suspenso no mês de julho. Dos três conselheiros, dois já votaram pela anulação do leilão, restando um voto. A anulação também tem aval do Ministério Público de Contas. “Defendemos a anulação do leilão de venda da Corsan, da assinatura do contrato entre governo e Aegea; o fim do sigilo do processo para que a população gaúcha conheça os fatos; a instalação da CPI da Corsan na Assembleia”, solicitam.