Os recentes casos de racismo registrados em supermercados no Rio Grande do Sul e no Brasil motivaram o Movimento Vidas Negras Importam a procurar a deputada Luciana Genro (PSOL) solicitando a realização de uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos sobre o assunto.
Em Curitiba, teve ampla repercussão o caso da professora Isabel Oliveira, que foi perseguida por um segurança. Ela ficou apenas de calcinha e sutiã como forma de protesto, demonstrando que não estava escondendo nenhum produto em suas roupas. Em Santa Maria, no início de abril um homem negro foi espancado pelo segurança de um supermercado após ser acusado de roubar a carne que havia comprado.
“São diversas situações absurdas, e o MVNI me procurou relatando estar recebendo ainda mais denúncias após esse caso de Curitiba. Sabemos que discriminações como essa podem ter desfechos trágicos, como foi o caso do Beto, no Carrefour”, reflete Luciana Genro.
João Alberto Freitas, conhecido como Beto, foi morto aos 40 anos após ser espancado por seguranças do Carrefour em Porto Alegre, em novembro de 2020. O caso causou revolta em todo o país.
“A hipervigilância, o constrangimento e humilhações racistas a pessoas negras, sobretudo em grandes estabelecimentos comerciais, têm sido uma regra e não uma exceção como querem passar para a opinião pública. Em um país racista, é cultural e estrutural ter a figura do negro como algo suspeito e que deve ser vigiado e punido. Isso precisa ser enfrentado. Por isso procuramos a deputada Luciana Genro, que sempre foi uma importante aliada na causa antirracista”, afirma Gilvandro Antunes, coordenador do MVNI.
O requerimento de audiência pública será votado na próxima reunião da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, no dia 12 de abril.