Luciana Genro esteve em Camaquã ao lado dos trabalhadores demitidos do HNSA.
Luciana Genro esteve em Camaquã ao lado dos trabalhadores demitidos do HNSA.

| Saúde

Mais de 80 trabalhadores da saúde que foram demitidos do Hospital Nossa Senhora Aparecida, em Camaquã, protestaram em caminhada até a instituição nesta segunda-feira (13). A deputada estadual Luciana Genro (PSOL) esteve na cidade apoiando os trabalhadores, a convite do Sindisaúde-RS, que está ao lado dos demitidos nessa luta.

Os profissionais relatam que as demissões ocorreram em levas a partir da metade do ano passado, e até agora eles ainda não receberam tudo que é devido de verbas rescisórias. “Os trabalhadores estão fazendo falta no hospital. Tem colegas sobrecarregados, colegas que foram demitidos adoecidos. E o hospital não está cumprindo com o que acordou”, colocou Lisete Bueno, dirigente sindical do Sindisaúde-RS por Camaquã.

Muitos dos demitidos trabalhavam no HNSA há anos, em alguns casos décadas, e são em sua maioria pessoas com mais de 50 anos, com dificuldade de se colocar no mercado de trabalho. Eles atuavam no setor administrativo, em cargos de recepção, portaria, manutenção, e no setor de enfermagem.

“Esses trabalhadores arriscaram suas vidas durante a pandemia e em seguida foram demitidos dessa forma, sem receberem o que devem. São famílias que estão passando dificuldade diante dessa situação. É muito importante organizar essa luta”, apontou Luciana Genro.

Ato contou com apoio do Sindisaúde-RS, que vem acompanhando os demitidos nessa luta.

O HNSA vem enfrentando problemas financeiros e, segundo o Sindisaúde, corre o risco de fechamento dos setores de Pronto Socorro e Obstetrícia. Em caminhada que saiu da sede do Sindicato dos Municipários, os trabalhadores chegaram até o Hospital, onde entraram no saguão e, a partir da articulação da deputada Luciana Genro, conseguiram diálogo com a direção.

Na reunião, o diretor administrativo Marcelo de Oliveira Borges se comprometeu a até o dia 22 de março informar uma data para os pagamentos serem feitos. Ele explicou que o hospital está recebendo R$ 300 mil mensais a menos do governo do estado com o programa Assistir, mas que parte desse valor deve ser compensada em breve, quando o setor de Oftalmologia passar a funcionar.

“Além, disso, o governo federal tem que atualizar a tabela do SUS, que está defasada. E vocês que estão pagando essa conta, que sabemos que não é de vocês”, colocou o diretor. Os trabalhadores argumentam que mantê-los e remanejá-los de função poderia ser mais barato do que demitir, diante da falta de possibilidade de pagamento das verbas rescisórias.

O tesoureiro do Sindisaúde-RS, Arlindo Ritter, também esteve apoiando os trabalhadores, assim como Carla Simone de Oliveira e Márcio Riveira, do Sindicato dos Municipários de Camaquã.

Luciana Genro abordou o assunto no Atualidades Pampa, confira o vídeo: