As universidades federais do Rio Grande do Sul perderam R$ 45 milhões em investimentos com o último corte de recursos promovido pelo governo federal. O dado foi trazido pela reitora da UFCSPA (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre) Lúcia Pellanda, que relatou a situação na reunião da Comissão de Educação a convite das deputadas Luciana Genro (PSOL) e Sofia Cavedon (PT).
A reitora explicou que a universidade vem perdendo recursos durante todo o governo Bolsonaro, o que é prejudicial para toda a população. “A gente faz pesquisa, temos projetos de extensão, hospitais universitários, e a pesquisa é muito aplicada na prática. Podemos economizar milhões ou bilhões pro sistema de saúde às vezes com uma pesquisa”, apontou.
Desde 2019, a instituição segue tendo cada vez mais alunos, mas menos recursos. “Nos preocupa a assistência estudantil, é um numero muito insuficiente, porque cerca de 2/3 de estudantes de federais estão em situação de vulnerabilidade e precisam da nossa ajuda para transporte, alimentação, moradia, para poder ter acesso à educação. Enquanto isso, o investimento por aluno foi cada vez mais reduzido. É praticamente impossível a gente fazer a gestão”, afirmou.
Lúcia afirma que a universidade fez todas as reduções possíveis, mas os cortes não param de piorar a situação. Para 2023, o orçamento previsto já está com uma redução de 20% em relação ao atual.
“Sabemos que mesmo com a recomposição de parte dos recursos pra pagamento das bolsas, que foi uma vitória da mobilização, muitas outras áreas estão precarizadas por causa desses cortes sistemáticos. Felizmente esse governo negacionista, anti-educação, anti-ciência, anti-povo está terminando”, disse Luciana Genro.
Os bolsistas de diversas áreas se mobilizaram contra os cortes promovidos pela Capes que os deixaram sem pagamento no início deste mês. Luciana Genro participou de ato promovido pelos residentes e bolsistas da saúde da UFCSPA, e a deputada federal Fernanda Melchionna cobrou providências do Ministério Público Federal (MPF) sobre o caso.
A deputada destacou que para o próximo ano, o governo eleito se comprometeu com recursos para as universidades e assistência estudantil. A Comissão de Educação irá se somar à luta das universidades, cobrando que o Congresso exija investimentos na educação.