A candidata a deputada estadual Luciana Genro (PSOL) esteve, a convite do candidato a deputado federal pelo partido, Benhur Pedroso, em sessão festiva realizada por ele e pela Mãe Luciana de Oxum na Restinga, na Zona Sul de Porto Alegre. O evento ocorreu na noite de quarta-feira (24/08) e celebrou mais um ano de luz na Cabala de Pombagira Cigana e Exu Marabo. O povo de axé da Restinga e de outros bairros lotou o espaço para prestigiar a celebração e também o Benhur, que é um reconhecido defensor da comunidade e das religiões de matriz africana.
As lutas dos povos de terreiro contra o racismo e a intolerância são algumas que Luciana Genro carrega em sua trajetória na política e militância, especialmente nos últimos quatro anos de mandato como deputada estadual. Junto com Benhur e outros pais e mães de santo, seu mandato elaborou a Cartilha do Povo de Terreiro para disseminar informações sobre o sagrado dessas religiões e combater o preconceito.
No evento na Restinga, Benhur falou do orgulho de ter Luciana Genro junto nas lutas que defende. “A maioria aqui é da Restinga, sabe das dificuldades da nossa comunidade e já me conhece. A gente comprou essa ideia de candidatura pra lutar pelo povo da Restinga e também pelo povo de axé, e vamos com tudo em defesa dessas pautas”, afirmou.
A candidata falou sobre a necessidade da organização da luta em defesa da população periférica, em especial da Restinga, abandonada pelos últimos governos, e do povo de matriz africana, alvo de perseguição religiosa, aprofundada no governo Bolsonaro, que dissemina ódio e preconceito contra as minorias.
“Faço questão de colocar o meu mandato a serviço da luta pela liberdade de todas as religiões, pra que tenham direito de se expressar, expressar sua fé. Mas a gente sabe que é o povo de terreiro que é discriminado, porque é uma religião que veio da África, que é da periferia, do povo negro, que acolhe pessoas trans, não tem preconceito e está enraizada na classe trabalhadora, por isso sofre esse preconceito”, destacou.
Luciana Genro explicou a necessidade de levar o debate sobre intolerância religiosa para o meio político, a fim de garantir o respeito merecido às religiões de matriz africana. “Está na hora da gente elevar a luta do povo de axé também à luta política, porque tudo é político: se a gente pode expressar a nossa religião, a nossa fé, é uma decisão política; se a gente pode comprar comida no supermercado, depende de decisões políticas; se a gente tem emprego ou não tem, também depende disso. Então eu quero pedir o apoio de vocês pra mim e pro Benhur pra que possamos levar essa luta adiante”, enfatizou.