A deputada estadual Luciana Genro (PSOL) compareceu a um encontro realizado com a comunidade do bairro Harmonia, em Canoas, na noite desta quarta-feira (27/07). A atividade, proposta pelo ex-vereador Almiro Rodrigo Gehrat, mais conhecido como Cebola, ocorreu no terreiro do Pai Júlio d’Oxalá. Cebola explicou que a escolha pelo local se deu por ser um espaço tradicional de matriz africana, que frequenta há bastante tempo, sendo conhecido tanto dos praticantes dessas religiões quanto de outras pessoas da comunidade. Ele pretende ainda promover eventos semelhantes em outra região de Canoas, bem como nas cidades de Cachoeirinha, Porto Alegre, Sapucaia e São Leopoldo.
Pré-candidato a deputado federal pelo PSOL, Cebola comentou sobre sua atuação em gestões anteriores nas secretarias municipais da Juventude e da Cultura, essa última junto ao Pai Júlio d’Oxalá, quando foi responsável por importantes iniciativas que beneficiaram a população de Canoas. A partir dessa experiência, surgiu seu interesse em se filiar ao PSOL e concorrer a uma vaga na Câmara Federal, a fim de ampliar as possibilidades de atuação no meio político. “Meu objetivo é transformar a comunidade, o estado, o Brasil. Hoje vemos o povo pedindo nas sinaleiras, sem emprego, sem serviços básicos. A vida das pessoas piorou nos últimos anos. Precisamos lutar para ter representantes que ajudem a transformar o país em um lugar mais justo, com oportunidades para todos”, afirmou.
Praticante de religião de matriz africana, Cebola citou a intolerância religiosa que esse grupo ainda enfrenta e apontou Luciana Genro como uma grande parceira nessa luta. Coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa dos Povos de Matriz Africana na Assembleia Legislativa, a deputada defende a liberdade de culto. “As pessoas do axé são perseguidas, pois vieram da luta do povo negro, acolhem LGBTs e são das periferias. Por isso precisamos combater o racismo religioso”, declarou.
O mandato de Luciana Genro publicou uma Cartilha do Povo de Terreiro, elaborada em parceria com mães e pais de santo, que contém informações sobre as religiões de matriz africana, os orixás e um glossário de termos utilizados nos rituais.
Pré-candidata à reeleição, a deputada ressaltou a importância da formação e do fortalecimentos de lideranças locais, como Cebola, que conhecem as demandas das comunidades e podem defendê-las a nível municipal, estadual e federal. Conforme ela, “eleição não resolve a vida”, mas fornece um espaço para discussão pública sobre pautas importantes, como a questão da intolerância religiosa, também do racismo, LGBTfobia, entre outras causas sociais relevantes.
Sobre as eleições de 2022, a deputada reforçou que o PSOL está jogando todas as suas forças na tarefa prioritária de derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo nas urnas e nas ruas. “Precisamos tirar esse genocida do poder, para poder respirar, melhorar a correlação de forças no país e seguir com nossas lutas pelos direitos dos trabalhadores, das minorias e contra todas as opressões”, concluiu.