A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa fará, por proposição da deputada estadual Luciana Genro (PSOL), uma audiência pública sobre violência policial nos estádios de futebol. Nesta quarta-feira (08/06) a deputada esteve em Pelotas, onde informou amigos, familiares e colegas de trabalho de Raí Duarte que já foi solicitada a realização da audiência pública, que deve ser aprovada pela Comissão na próxima quarta-feira (15/06).
Raí Duarte é torcedor do Brasil de Pelotas e encontra-se internado em estado grave no Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre, há mais de um mês após ter sido abordado pela Brigada Militar. Ele foi retirado por policiais de um ônibus da torcida Xavante e horas depois foi deixado no hospital, onde passou por múltiplas cirurgias devido a ferimentos em seu intestino.
Luciana Genro levou o caso à Comissão de Direitos Humanos, onde cobrou a presença do comandante da Brigada Militar para dar explicações. O coronel Feoli, contudo, se recusou a comparecer.
Na reunião realizada em Pelotas, estiveram presentes agentes comunitários de saúde, que são colegas de Raí Duarte, torcedores Xavantes e o pai de Raí, Clóvis Duarte, além do advogado Rafael Martinelli, que acompanha o inquérito policial-militar que investiga o caso.
“Não podemos deixar a situação do Raí cair no esquecimento. Essa luta por justiça continua, e a mobilização dos colegas, familiares e amigos é muito importante para que essa luta tenha sucesso”, disse Luciana Genro, que representou a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia no encontro. O vereador Jurandir Silva (PSOL) também esteve presente e vem atuando em apoio à luta por justiça para Raí.
Após a audiência pública, será solicitada pela deputada Luciana Genro e a Comissão de Direitos Humanos uma reunião com o secretário estadual de Segurança Pública, coronel Vânius Santarosa, que é ex-comandante da Brigada Militar.
Luciana Genro reforçou, também, a luta para que os policiais utilizem câmeras em suas fardas e viaturas. A deputada é autora do projeto de lei 43/2022, que prevê a medida, e foi apresentado este ano após a Assembleia Legislativa ter rejeitado em dezembro de 2021 o projeto anterior, protocolado em 2020. “Fiz questão de reapresentar o projeto porque essa é uma política fundamental para a segurança pública. É algo positivo tanto para os bons policiais quanto para a população”, disse Luciana Genro.