Chega a 11 número de ações contra Sarney no Conselho
PSDB e PSol pedem apuração de atos secretos e de desvio de dinheiro público
O Conselho de Ética do Senado recebeu até o momento 11 ações contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). São cinco representações – duas do PSol e três do PSDB – e seis denúncias – quatro de autoria do líder tucano Arthur Virgílio (AM) e duas assinadas em conjunto por Virgílio e Cristovam Buarque (PDT-DF). As ações de Virgílio e Cristovam foram protocoladas ontem à noite. Mais cedo, a presidente do PSol, Heloisa Helena havia apresentado nova representação contra Sarney.
Como algumas representações tratam do mesmo teor, o presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ), deve propor que sejam unificadas. As representações que poderiam ser unificadas são quatro: duas delas – uma registrada pelo PSDB e outra pelo PSol – pedem ao Conselho que investigue a responsabilidade de Sarney na edição de atos secretos, e duas – também do PSDB e do PSol – pedem a apuração da possível participação de Sarney no esquema de desvio de dinheiro de patrocínio cultural da Petrobras pela fundação que leva seu nome.
Das cinco representações recebidas pelo Conselho contra Sarney, apenas uma não seria vinculada: aquela em que o PSDB pede a apuração de suspeita de favorecimento do presidente do Senado a seu neto José Adriano Cordeiro Sarney, cuja empresa operava crédito consignado a servidores da Casa.
Apesar de ter a prerrogativa de arquivar sumariamente as representações contra Sarney, Duque não estaria disposto a enfrentar o desgaste político dessa opção. Ele estaria confiante que, ao entregar aos conselheiros a decisão sobre as representações, a maioria deles pedirá o arquivamento delas. Dez dos 15 senadores do Conselho de Ética são da base aliada ao governo.