A deputada estadual Luciana Genro (PSOL) visitou, na sexta-feira (05/11), a Escola Estadual de Ensino Médio Dr. Hildebrando Westphalen, na cidade de Cruz Alta. A escola, fundada em 1972, após a doação de um terreno por uma família cruzaltense, está num impasse com a fábrica localizada ao seu lado, que possui interesse em ampliar sua planta industrial e ocupar o terreno do colégio.
A Hildebrando Westphalen é uma referência na cidade pela sua infraestrutura completa, com acessibilidade, materiais de mídia, turno inverso para aulas aos estudantes com deficiência. Tudo isso é garantido graças ao auxílio da comunidade escolar e dos moradores do bairro, já que o repasse do governo estadual não é suficiente. Mas desde o ano passado a escola vive em um impasse sobre seu funcionamento, com informações a respeito de possíveis decisões sobre o fechamento do colégio.
Inicialmente, as informações davam conta de um possível fechamento da escola, com o encaminhamento dos mais de 400 alunos e dezenas de funcionários para outras escolas. Mas, agora, o que está sendo proposto é a troca de localidade da escola. Moradoras do bairro se mobilizaram e esperaram Luciana Genro na porta da escola durante a visita para repassar à deputada a situação e o impasse criado.
A professora e futura diretora da escola, Rosenei Nikititz Lopes, mais conhecida na comunidade como Niki, recebeu a deputada na escola para explicar a situação atual. A escola recebeu uma proposta de um novo prédio em um terreno localizado a cinco quadras do endereço atual. O terreno, conforme descrito pelas moradoras da região e por funcionárias, tem seu tamanho reduzido em três quartos do tamanho que a Hildebrando possui hoje, além de a localidade prejudicar estudantes e familiares que moram no bairro atual.
“Nós somos a única escola que possui o turno integral. As outras escolas aqui do município, se o aluno estuda de tarde, precisa ir duas manhãs, ou vice-versa. Nós montamos toda a grade curricular para que isso não aconteça aqui na nossa escola. Os alunos entram mais cedo e saem mais tarde para que se mantenha apenas um turno. Nossos estudantes trabalham em mercado, trabalham de jovem aprendiz para que possam auxiliar na renda de casa e muitas vezes foram prejudicados por conta do turno inverso. Com auxílio de todos funcionários da escola nós conseguimos organizar para entender e estar ao lado desses estudantes, ainda mais em momento de crise e que esse dinheiro pode ajudar muito em suas casas”, relatou a professora Niki, que assume a direção no ano de 2022 e estará na liderança da comunidade escolar diante deste impasse sobre o destino da Hildebrando.
Para tentar solucionar a questão sobre a mudança ou não de endereço, a direção e professores da escola farão um plebiscito para que toda comunidade escolar possa votar se desejam ou não a troca de local. A votação acontecerá após o encaminhamento do projeto da nova escola com as devidas adequações solicitadas pela direção. A comunidade em volta da escola está mobilizada para lutar para que a fábrica não substitua a escola naquele local, pois isto afetaria negativamente a vida dos moradores do entorno.
Luciana Genro colocou o mandato à disposição para levar as demandas para a Comissão de Educação e auxiliar no que for possível a escola e comunidade escolar, além de cobrar o governo sobre o repasse aos profissionais terceirizados que relataram atrasos no pagamento de salários. “Assim que a situação desta escola chegou até nós, eu já havia enviado um ofício ao governo pedindo explicações sobre a possibilidade de fechamento. Certamente a luta da comunidade foi fundamental para que o fechamento da escola fosse descartado. Agora a própria comunidade precisa ter sua voz ouvida e respeitada em uma eventual decisão sobre mudança de local. O excelente serviço prestado pela Hildebrando precisa ser mantido, pois faz a diferença na vida de centenas de alunos e suas famílias”, disse a deputada.
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