No início da manhã desta quinta-feira, 16, manifestantes liderados pelo Cpers – Sindicato dos Professores Estaduais do Rio Grande do Sul realizaram um grande protesto pacífico em frente à residência da governadora do Estado, Yeda Crusius. A casa em questão é alvo de investigação no Ministério Público Especial junto ao Tribunal de Contas, com fortes indícios de ter subavaliada e comprada com dinheiro oriundo de caixa-dois de campanha eleitoral.
Visivelmente descontrolada, Yeda foi ao pátio mostrar cartazes aos manifestantes, nos quais os acusava de “torturadores de crianças”, ao mesmo tempo que exibia seus netos. A governadora chamou a Brigada Militar, que agrediu os presentes e deteve seis pessoas, entre elas, a vereadora do PSOL em Porto Alegre Fernanda Melchionna, dirigentes do Cpers e um repórter que cobria a manifestação. Já no Palácio da Polícia, Fernanda foi liberada de assinar Termo Circunstancial e foi ouvida apenas como testemunha.
Segundo o delegado Alexandre Vieira, os manifestantes foram presos por “desobediência, resistência e danos ao patrimônio dagovernadora, inclusive, danificando o jardim da casa”. Fernanda enfatizou a violência com que os policiais agiram, derrubando as pessoas. A presidente do Cpers, Rejane de Oliveira, chegou a ter um dente quebrado.
“Houve agressão contra todos nós, fomos derrubados no chão, teve cacetete em cima dos manifestantes. Uma violência desproporcional. Quem deveria estar enquadrado está solto, que são os corruptos do nosso Estado. É uma contradição que, enquanto crianças estudem em escolas de latas, a governadora viva numa mansão comprada com recursos de caixa-dois e subfaturada, portando, fruto de corrupção”, disse a vereadora.
Leia nota do PSOL sobre o caso:
Hoje pela manhã manifestantes liderados pelo CPERS/Sindicato, entidade dos trabalhadores em educação do Rio Grande do Sul, fizeram um protesto em frente à mansão da governadora Yeda Crusius. Vale lembrar que essa casa foi comprada com recursos de caixa-dois de campanha eleitoral, sendo objeto de denúncia formulada pelo PSOL no Ministério Público Especial de Contas. O protesto era pacífico e tinha objetivo de chamar a atenção para a situação precária das escolas estaduais. Em menos de meia hora chegou a tropa de choque da Brigada Militar reprimindo violentamente os participantes. Houve agressões por parte da polícia e prisões absolutamente arbitrárias. Entres os presos estavam a vereadora do PSOL Fernanda Melchionna e Rejane de Oliveira e Neida Porfírio de Oliveira, presidente e vice do CPERS, respectivamente.
Como lembrou a vereadora Fernanda, “enquanto corruptos como a governadora Yeda, o senador José Sarney e o banqueiro Daniel Dantas estão soltos, os manifestantes que lutam contra esses mesmos corruptos são agredidos e presos”. A presidente do CPERS deixou claro que o governo estadual não intimidará os trabalhadores em educação, que seguirão lutando pelo fim imediato do governo. Neida chamou o conjunto da população gaúcha a lutar contra o governo patronal e corrupto do PSDB.
Os protestos seguirão, ainda hoje cerca de dois mil manifestantes farão um ato em frente ao Palácio Piratini, sede do governo gaúcho. E como não poderia deixar de ser, a militância do PSOL será parte ativa das lutas pelo impeachment da governadora Yeda.
Nosso partido, na semana passada, pela ação do vereador e advogado Pedro Ruas, da deputada federal Luciana Genro e do presidente estadual, Roberto Robaina, entrou com reprentação para a juíza Simone Barbizan, pedindo o bloqueio de bens da governadora Yeda, de seu marido, Carlos Crusius, e do ex-secretário de Estado Délcio Martini.