A deputada Luciana Genro (PSOL) se reuniu com o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos Júnior, nesta sexta-feira (12) sobre a greve dos trabalhadores da Procergs (Companhia de Processamento de Dados do Rio Grande do Sul), em busca de encontrar alternativas para a situação. A demanda foi trazida à deputada pela Diretora-Coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores da Procergs (Sindppd/RS), Vera Guasso, que também esteve na reunião para levar as reivindicações dos servidores, acompanhada pelo coordenador do setor de Administrativo, Patrimônio e Lazer do Sindppd/RS, Ormar Emilio Santos da Rosa.
Os trabalhadores da Procergs estão em greve desde o dia 18 de janeiro, contra a tentativa do governo do Estado de retirar uma conquista que tem em torno de 40 anos. A administração quer acabar com adicional por tempo de serviço (ATS), da mesma forma que já fez com os servidores da administração direta e tem buscado fazer com os das empresas estatais.
“A Procergs tem trabalhadores altamente qualificados. O governo quer retirar as gratificações por tempo de serviço e o pessoal quer manter essa conquista e voltar a discutir na próxima data-base, em junho, para isso não gerar também perda de profissionais”, resumiu Luciana Genro ao secretário. Também estiveram presentes, por parte do governo, o presidente da Procergs, José Antonio Leal, o Subsecretário do Tesouro, Bruno Queiroz Jatene, e a Secretária-adjunta de Planejamento, Izabel Matte.
A reunião foi mais uma iniciativa com o objetivo de se avançar em direção a um acordo, o que também tem sido debatido a partir de reuniões mediadas pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho), entre o sindicato e o governo. Logo após o encontro no Palácio Piratini, os dirigentes sindicais se encaminharam para uma nova rodada de mediações.
Enquanto o diretor da Procergs destacou que a patronal já apresentou seis propostas e que essa questão tem sido debatida desde 2019, Vera frisou que ainda não foi colocada uma alternativa viável para compensar a perda do ATS. “É uma greve de resistência para manter um direito, que é o ATS. A greve se dispõe a discutir alternativas em algum momento, que seria em junho”, explicou Vera.
A última proposta dos trabalhadores foi a criação de uma comissão paritária, com representação da empresa e dos trabalhadores, para até junho apresentar impactos e alternativas para serem debatidas na data-base.
Luciana e os dirigentes do sindicato destacaram a importância do trabalho da companhia. “Foi a partir da Procergs que milhares de trabalhadores do Rio Grande do Sul puderam migrar para o formato home office rapidamente”, ressaltou Ormar, destacando que a Procergs emite notas fiscais para 15 estados. Eles afirmaram que querem voltar a trabalhar o mais rápido possível, mas que precisa ser apresentada uma alternativa viável.
A mediação ocorrida nesta sexta-feira não trouxe uma solução para o impasse dos trabalhadores, que voltarão a se reunir após o carnaval para debater o assunto. Uma nova mediação no TRT foi agendada para o próximo dia 23. Os trabalhadores seguem em greve.
A deputada e o sindicato avaliam que a responsabilidade agora está nas mãos do governo. “Espero que este impasse seja resolvido. É muito importante o diálogo, mas tem que haver flexibilização ou o diálogo é inócuo”, pondera Luciana.