As mulheres vítimas de violência em Porto Alegre e na Região Metropolitana estão sem ter para onde ir. Esta foi a denúncia feita na manhã desta segunda-feira (31/08) à Assembleia Legislativa, durante reunião da Força Tarefa de Combate aos Feminicídios, que opera junto à Comissão de Segurança e Serviços Públicos. Um documento formal com estas informações será enviado ao Ministério Público, para que se verifique a possibilidade de se instaurar um inquérito civil.
“É uma situação desesperadora, ainda mais quando sabemos que durante a pandemia a violência doméstica aumentou muito. O Estado precisa oferecer vagas em abrigos para que estas mulheres e seus filhos possam sair de suas casas, onde geralmente ocorrem os abusos”, disse a deputada Luciana Genro (PSOL), que participou da reunião.
A deputada voltou a cobrar que o governo execute sua emenda que garante R$ 250 mil para a compra de vagas em instituições que possam acolher as vítimas. Representantes do Palácio Piratini informaram que ainda nesta semana isso deve ser feito.
A delegada Tatiana Bastos, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) de Porto Alegre, relatou uma rotina de sobrecarga de trabalho, com equipes adoecidas e tomando para si responsabilidades que deveriam ser do Estado e do município, não da polícia.
Trabalhadoras da rede de assistência social também denunciaram que muitas mulheres estão tendo que ser enviadas de volta a suas casas – onde são agredidas – ou precisando dormir nas delegacias devido à falta de vagas em locais que deveriam acolhê-las.