Documentos do antigo Serviço Nacional de Informação (SNI) – o aparelho de espionagem política da ditadura militar – revelam que a deputada Luciana Genro e o vereador Roberto Robaina, do PSOL, foram monitorados pelo regime nos anos 1980, durante a atuação de ambos no movimento estudantil gaúcho.
“Estes documentos mostram como a repressão se infiltrava no movimento estudantil e nas reuniões dos trabalhadores. Nesta época, enfrentávamos o delegado José Morsch, um conhecido torturador que chegou a ser titular do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) no Rio Grande do Sul e esteve envolvido na morte do Sargento Soares no crime que ficou conhecido como o Caso das Mãos Amarradas. Acreditem, esse senhor era responsável pelo setor ‘pedagógico’ do colégio estadual Júlio de Castilhos”, disse Robaina.
Os documentos foram repassados ao vereador pelo pesquisador Rodrigo Lentz. É um material público e integra o acervo do Arquivo Nacional referente ao período da repressão.
“Eu estava recém começando minha militância política, aos 14 anos de idade, mas como vivíamos um período ditatorial, já estava sendo monitorada pelo regime. É motivo de orgulho estar do lado dos que lutavam contra a ditadura. Esses documentos comprovam que estávamos do lado certo da história, atuando para ajudar na organização de estudantes e trabalhadores contra o regime militar. Naqueles anos a ditadura já estava no fim mas seus métodos permaneciam, como permanecem até hoje.”, disse a deputada Luciana Genro.