A deputada estadual Luciana Genro, do PSOL, participou de uma reunião com integrantes do Assentamento Apolônio de Carvalho, ameaçados com o avanço do projeto da empresa Copelmi, da Mina Guaíba de exploração de carvão a céu aberto às margens do Rio Jacuí, entre Charqueadas e Eldorado do Sul. O deputado Edegar Pretto, do PT, convocou a reunião, que aconteceu na segunda-feira (11/03).
Os assentados são os segundos maiores produtores de arroz orgânico da região. A exploração mineral tão próxima da área do assentamento – a distância entre a atividade e a comunidade é de cinco quilômetros – ameaça não só a produção agrícola, mas também a vida doméstica dos moradores dos assentamentos, com a contaminação do solo, da poluição da água e da interferência na qualidade do ar.
“Vamos buscar uma conversa com o governador Eduardo Leite e acompanhar os encaminhamentos dos assentados no Ministério Público. A instalação desta atividade é uma problemática de todo o Estado, já que envolve a preservação do meio-ambiente e ameaça as águas do Rio Jacuí, que forma quase 90% do Guaíba, podendo afetar diretamente os moradores de outras cidades da Região Metropolitana”, destaca a deputada.
Outro encaminhamento é a articulação com os vereadores da Capital para a realização de uma audiência pública na Câmara Municipal de Porto Alegre.
Desde 2014, a comunidade é ameaçada com o avanço da mineração e promessas de reassentamento em outro local, mas os assentados reclamam da falta de diálogo com a empresa e de encaminhamentos práticos da situação. A advogada Patrícia Silveira está acompanhando o assunto e alerta para o estudo de impacto ambiental produzido para o empreendimento, que erroneamente trata os assentados e os produtores de arroz de forma diferente.
“O assentamento e a produção de arroz são áreas igualmente atingidas, não podem ser tratadas de forma diferente. “, destaca Patrícia.
Na próxima quinta haverá uma audiência pública para debater o projeto da mina no Clube Tiradentes, em Charqueadas. Não são só os moradores do assentamento os afetados com a exploração da mina. Todo o Estado corre o risco caso se repitam as tragédias de Mariana e Brumadinho, ambas em Minas Gerais.