A história da participação das mulheres nas artes marciais e técnicas e estratégias de defesa pessoal para mulheres foram os principais focos da aula aberta de defesa pessoal promovida pela escola Emancipa Mulher na noite desta quarta-feira, em Porto Alegre. O evento da escola feminista e antirracista criada por Luciana Genro em 2017 aconteceu no Teatro de Arena.
“Além da defesa política a partir da história do feminismo e das análises de casos de racismo e machismo nas aulas regulares do curso Laudelina de Campos Melo, acreditamos que era importante também oferecer uma aula de defesa pessoal. Nós sabemos que a conjuntura política hoje instalada favorece atos e comportamentos violentos contra as mulheres” destacou a deputada estadual Luciana Genro.
Ministrada pela advogada e praticante de jiu jitsu Juliana Campos e auxiliada pela programadora e também praticante do esporte, Danielle Pinho, a aula fez um resgate da participação das mulheres na história das artes marciais. Juliana contou sobre o decreto de 1941 que proibia as mulheres de praticarem esportes que não estivessem de acordo com a sua condição natural. As artes marciais estavam incluídas nesta categoria.
“As mulheres só puderam começar a praticar esse esporte no Brasil depois que as mulheres da seleção de judô, que treinavam escondidas, se inscreveram como homens para o campeonato sul americano no Uruguai em 1979. Depois disso, as mulheres foram permitidas a praticarem esses esportes”, contextualizou Juliana, que junto com Danielle, desenvolve o projeto Jits Time, que produz conteúdo original e pesquisa sobre defesa pessoal, artes marciais e feminismo.
As aulas de defesa pessoal serão oferecidas gratuitamente pela Emancipa Mulher em maio (dias 4 e 18), junho (1º, 15 e 22) e julho (06 e 20), na sede do Emancipa (Rua Riachuelo, 1339, sala 1001), sempre a partir das 15h30min.