Por Luciana Genro
A prefeitura de São Leopoldo decretou situação de emergência na saúde. A cidade está entre os dez maiores municípios gaúchos e já havia suspendido cirurgias e exames eletivos no Hospital Centenário. Agora sete unidades de saúde podem ser fechadas devido à saída de 13 médicos cubanos e à ausência de materiais.
O principal problema é a falta de repasses do governo estadual. São R$ 7,9 milhões devidos à cidade desde 2014. Esta é a realidade de muitos outros municípios gaúchos. Levantamento da FAMURS aponta que o Estado deve R$ 650 milhões às redes municipais de atendimento.
A crise financeira do Estado é real, mas existem recursos e formas de captá-los. Nós defendemos a revisão da política de isenções fiscais, que beneficia um punhado de grandes empresários escolhidos a dedo pelo governo. São R$ 9 bilhões que deixam de ingressar nos cofres públicos todos os anos. Alguns casos são totalmente absurdos, como o da Videolar. A empresa do Lírio Parisotto, o segundo homem mais rico do Rio Grande do Sul e amigo do governador Sartori, recebeu uma isenção de R$ 380 milhões para gerar apenas cinco empregos!