A mansão que a governadora do Rio Grande do Sul comprou logo após ter sido eleita, em 2006, alegando ter custado R$ 750 mil, já havia sido vendida no final de 2005 pelo valor de R$ 1,4 milhão. A informação foi levada pelo PSOL, através de seu advogado, o vereador de Porto Alegre Pedro Ruas, e do presidente estadual da sigla, Roberto Robaina, ao Ministério Público Especial junto ao Tribunal de Contas, onde foi entregue ao procurador-geral Geraldo Da Camino.
A família interessada na compra do imóvel chegou a adiantar, no final de 2005, a quantia de R$ 70 mil, referente a arras de 5% do valor total. Após, houve desistência da transação. Na coletiva de imprensa concedida pelas lideranças do PSOL em fevereiro deste ano, já havia sido apresentada a informação de que a casa recebeu outra oferta de compra, de R$ 1 milhão, que não foi aceita pelo vendedor.
Portanto, a denúncia do PSOL se baseia em dois eixos:
a) A casa foi subavaliada por Yeda Crusius, pois valia – o que é compravado pela venda e pela oferta anteriores – muito mais que os R$ 750 mil que a governadora alega ter pagado;
b) Mesmo que a casa custasse R$ 750 mil, Yeda, então deputada estadual, e seu marido, Carlos Crusius, professor universitário, não tinham renda comprovada para adquirir um imóvel desse valor.
No MP de Contas já corre investigação referente à casa da governadora. Segundo Ruas, esse novo elemento mostra a necesidade de que seja feito mais que uma CPI, mas que seja aberto um processo de impeachment: “Questionamos a lisura da governadora sobre o valor alegado pela casa, pois ele é claramente muito superior. Esse é um elemento que demonstra a necessidade de impeachment, pois é um elemento de investigação.”