A candidata Luciana Genro se reuniu na manhã desta terça-feira (27/09) com coletivos de mídia alternativa em Porto Alegre. Durante o encontro, que ocorreu no comitê da coligação “É a vez da mudança”, ela assinou uma carta de compromissos com as entidades, garantindo que irá trabalhar para criar um Conselho Municipal de Comunicação e descentralizar a distribuição das verbas publicitárias da prefeitura.
A reunião ocorreu com integrantes de veículos e coletivos de mídia alternativa da cidade, como o Jornalismo B, o Coletivo Catarse, a Anú – Laboratório de Jornalismo Social e a TV Restinga. Outros grupos que não puderam estar presentes, como a rádio comunitária Voz do Morro e o jornal Boca de Rua, também fazem parte da iniciativa de dialogar com os candidatos de esquerda nestas eleições.
Luciana Genro se comprometeu a não adotar como único critério para publicação de anúncios oficiais apenas a audiência de um veículo – escolha que beneficiaria apenas os grandes meios de comunicação. “As verbas publicitárias da prefeitura têm que ser utilizadas para enfrentar problemas sociais, defendendo políticas para mulheres, negros e LGBTs. Mais do que fazer propaganda do governo, temos que criar instrumentos de fomento a uma nova cultura. E a audiência não pode ser o único critério para os anúncios”, disse.
A candidata também disse que pretende fomentar a formação de comunicadores comunitários e estimular o contato com a mídia alternativa nas escolas municipais. “A escola precisa lidar com temas que despertem interesse na juventude. Certamente muitos jovens gostariam de ser comunicadores nas rádios locais”, ponderou.
Marcio Figueira, da TV Restinga, lamentou que a Secretaria Municipal de Educação (SMED) tenha encerrado um programa de formação de jovens comunicadores nas escolas. “Fazíamos oficinas com o projeto Mais Cultura nas Escolas, gravamos um curta-metragem com alunos repetentes. Mas o projeto durou apenas uma etapa, pois foi engavetado pelo governo”, criticou. Ele também ressaltou a luta de quatro anos para que o estúdio multimeios da Restinga se transforme em um centro de comunicação comunitária.
Por fim, Luciana reiterou seu apoio à mídia alternativa, reforçando que seu programa de governo prevê a formação de comunicadores comunitários e recordando que sentiu na pele o peso do monopólio da comunicação no país em 2014, quando disputou a presidência da República e sua candidatura praticamente não foi citada pela Rede Globo. “Não tenho dúvida da importância de fortalecer a mídia alternativa. A proposta do Conselho de Comunicação é muito importante, temos que construir um bom projeto que tenha condições de progredir dentro da Câmara. Estou bastante aberta a construir essa proposta”, salientou.