Por Redação #Equipe50
A Escola Municipal Especial Prof. Luiz Francisco Lucena Borges, em Porto Alegre, atende a 110 crianças e jovens com Transtorno do Espectro Autista e psicóticos. A coordenadora da Bancada do PSOL na Assembleia Legislativa, Luciana Genro, visitou a instituição na última sexta-feira (23/10), acompanhada pela vereadora Fernanda Melchionna (PSOL), que preside a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal. A diretora Karla Wunder e a vice Katiusha Bins apresentaram o trabalho desenvolvido pela escola e as principais necessidades da instituição.
A EMEEF Lucena conta com 36 professores e adota um regime de bidocência. Ou seja, são dois educadores por cada turma, que costuma ter em média oito alunos por sala. O quadro profissional é composto por professores graduados em educação especial e professores da rede regular de ensino com especialização em educação inclusiva.
A principal reivindicação da escola diz respeito à acessibilidade dos banheiros, das salas de aula e do acesso às dependências. Outro ponto exposto pelas diretoras refere-se à ampliação da instituição, já que a lista de espera por novas vagas é grande. “Atendemos toda a cidade, não apenas o entorno”, explica a vice-diretora, acrescentando que o terreno da escola é amplo e poderia suportar uma ampliação, desde que houvesse investimento da prefeitura e concurso público para contratação de novos profissionais.
A escola trabalha na perspectiva da inclusão pedagógica e social dos alunos com deficiência a partir de suas potencialidades e possibilidades. A parceria estabelecida com as famílias dos alunos e também através da oficina “Art Mães”, é motivo de orgulho para EMEEF Lucena Borges. Todas as sextas-feiras, um grupo de mães se reúne em uma das salas da escola para desenvolver atividades de artesanato, como pintura de panos de pratos, confecção de identificadores de portas e decorações para eventos realizados na escola. A convivência e a utilização do espaço fortalece o vínculo com a comunidade e reforça a noção de que a escola pública é de todos e não pertence a um governo ou a uma direção.
A principal reivindicação das famílias é um espaço público que acolha os alunos após o término da escola. O ciclo de ensino especial estabelece que a criança pode iniciar seu atendimento na escola ainda bebê, com o trabalho desenvolvido na Educação Precoce e Psicopedagogia Inicial – em uma parceria com as escolas de educação infantil do município -, mas os alunos que ingressam na escola devem concluir o ensino fundamental aos 21 anos.
Como não existem espaços públicos pensados para estes jovens depois dos 21 anos, isso gera um problema para as mães, que não têm condições de pagar uma instituição privada e veem seus filhos romper todos os vínculos de amizade e de atividades pedagógicas e sociais que desenvolviam na escola. Por isso, as famílias sugerem a criação de um espaço público de convivência e oficinas.
Luciana Genro disse que é possível oferecer, de forma imediata, oficinas e atividades extracurriculares para ex-alunos nas dependências da escola. “Isso não exige muitos gastos e estrutura do poder público”, defendeu.