Por Redação #Equipe50
A coordenadora da Bancada do PSOL na Assembleia Legislativa, Luciana Genro, esteve na Vila Cruzeiro, em Porto Alegre, no dia 17 de outubro, para verificar os problemas da comunidade. É nessa região que está localizada a Avenida Tronco, cujas obras de duplicação começaram em maio de 2012 e deveriam ter ficado prontas até a realização da Copa do Mundo, em 2014, mas ainda não terminaram.
A prefeitura estima que a duplicação da Avenida Tronco só será finalizada em dezembro de 2016. Em entrevistas e reportagens divulgadas sobre o assunto, o governo Fortunati/Melo expressa uma visão burocrática da cidade, culpando os moradores da região pelos atrasos na obra. Para a prefeitura, as 1,5 mil famílias afetadas pelas obras são apenas um obstáculo que precisa ser removido.
“O governo mandou demolir várias casas de forma aleatória. As pessoas estão morando em uma zona de guerra, com escombros de residências demolidas por todos os lados”, observa Luciana. Ela visitou diversas casas e ouviu os relatos da população, que acaba tendo que viver em condições insalubres por conta das residências demolidas ao redor.
Uma das casas, onde moram quatro pessoas, ficou praticamente destruída por causa das demolições de residências vizinhas. A família, que possui uma criança com necessidades especiais, espera receber a verba para o aluguel social, que a prefeitura ainda não liberou.
“É um exemplo concreto do descaso direto do governo com uma família que está há dois anos nessa situação”, diz Luciana. Além de ter mecanismos falhos de compensação para a população em termos de moradia – como o aluguel social, o bônus moradia ou as casas emergenciais –, a prefeitura frequentemente atrasa a efetivação destas políticas, deixando milhares de pessoas em uma situação de extrema vulnerabilidade social.
Uma onda de remoções forçadas varreu Porto Alegre por causa da Copa do Mundo e a cidade até hoje sente essas consequências. Luciana Genro acredita que as obras públicas devem evitar traçados que impliquem na remoção de pessoas das suas casas. “Se isso for absolutamente indispensável para uma obra, é preciso que as pessoas só deixem suas casas quando o governo lhes propiciar outra residência, com condições para acomodar toda a família e que seja preferencialmente na mesma região. A política pública neste caso deveria ser a de ‘chave por chave’”, defende Luciana.