Por Redação #Equipe50
A candidata do PSOL à Presidência da República, Luciana Genro, participou, na tarde deste sábado (30/08), do debate “Por Mais Direitos”, em Porto Alegre. O evento contou com a presença do advogado, jurista e professor universitário Salo de Carvalho, do militante LGBT, Lucas Maróstica, e dos vereadores Fernanda Melchionna e Pedro Ruas.O encontro ocorre no mesmo dia em que a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, divulgou uma nota manifestando recuo em relação à defesa dos direitos da população LGBT. Em seu pronunciamento, Luciana Genro criticou o conservadorismo de Marina e reafirmou seu compromisso com a defesa dos direitos humanos e da igualdade.
“Tivemos uma surpresa ao ver o programa da Marina incorporando um conjunto de pautas do movimento LGBT. Não sem muita surpresa, vimos hoje o desmentido e o recuo, feito por ela, através de uma nota. Fica claro que o compromisso da Marina é com os setores mais reacionários da sociedade”, disse Luciana.
Para a candidata do PSOL, Marina “enfeita seu programa com belas palavras”, mas não apoia concretamente nenhuma das pautas defendidas pela população LGBT. Luciana lembrou as manifestações de junho de 2013, que questionaram a política e os partidos tradicionais, e acrescentou que Marina Silva não representa as mudanças defendidas durante os protestos.
“Marina não representa a expressão de uma vontade de transformação e de rebeldia diante da política tradicional. Agora, ela começa a se expor de forma mais evidente”, comentou.
Luciana recordou que o primeiro sinal de que Marina Silva não representa uma nova política foi seu compromisso com a manutenção do tripé macroeconômico e da autonomia do Banco Central. Agora, o retrocesso em relação à defesa dos direitos da população LGBT dá continuidade a esse processo.
“A pauta dos direitos civis, da igualdade e dos direitos LGBTs deveria ser básica, mas não está incorporada nem pela Marina, nem pela Dilma, nem pelo Aécio”, disse Luciana Genro, acrescentando que nenhum dos três candidatos garantem “direitos que são fundamentais para se superar essas trevas da Idade Média.
Por fim, Luciana Genro disse que “na nossa campanha, direitos humanos não se negociam e igualdade não está sujeita a nenhuma ressalva”.
Descriminalização da maconha
Outro tema defendido por Luciana Genro no debate “Por Mais Direitos” foi a descriminalização da maconha. Ela disse que a chamada guerra às drogas se transformou numa guerra aos pobres, que criminaliza a juventude negra e pobre no Brasil.
Salo de Carvalho, que é advogado, pesquisador e militante que se debruça sobre o debate antiproibicionista e sobre a redução do Estado penal, declarou seu apoio à candidatura de Luciana Genro. “Minha opção pública de abrir meu voto, fazer campanha e estar aqui hoje é porque eu vejo na Luciana Genro uma pessoa que efetivamente incorpora essas lutas de verdade, não de maneira genérica”, defendeu.Salo de Carvalho observou que a criminalização da pobreza se instrumentaliza a partir da guerra às drogas. “Metade das mulheres presas no Brasil estão presas por imputação ao tráfico e 25% da nossa população carcerária é produto direto da guerra às drogas”, informou.