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Na quarta feira passada uma grande manifestação do MTST tomou conta das ruas de São Paulo. Na quinta começou a greve dos metroviários, que segue heróica, enfrentando a Polícia Militar e as demissões promovidas por Alckmin. Aliás, uma greve que só traz transtornos à população devido à intransigência do governo, que se negou a autorizar a catraca livre, como propuseram os metroviários.

Os protestos e greves que vem ocorrendo com muita intensidade são ecos de junho de 2013. Desde lá o povo sentiu-se mais forte para reivindicar e colocar em evidência a desproporção entre os gastos com a Copa do Mundo da Fifa e os investimentos públicos em áreas essenciais, como mobilidade urbana e moradia popular.

Em relação à moradia, o déficit habitacional é gigantesco, e o Programa Minha Casa Minha Vida não o diminuiu, pois a maioria do programa não é voltado para famílias de baixa renda. O MTST vem denunciado esta realidade com suas marchas que reúnem milhares de pessoas pobres, que já não mais conseguem pagar o aluguel devido à especulação imobiliária gerada pela Copa.

Em relação à mobilidade urbana, do início dos anos 1970 até hoje, São Paulo implantou apenas 75 quilômetros de linhas de metrô, sendo que de 1992 a 2014 foram apenas mais 18 quilômetros. A expansão do metrô é uma necessidade vital para São Paulo e para a grande maioria das capitais brasileiras. Mas o governo optou por estádios de futebol, apostando que por amor a este esporte o povo iria se acomodar e esquecer os seus reais problemas. Errou.

O sentimento de revolta do povo com os gastos excessivos é quase uma unanimidade. Alguns, entretanto, afirmam que os que protestam hoje deveriam ter protestado em 2007, quando o Brasil foi escolhido como sede da Copa do Mundo.

Muita gente nem lembra mais, mas na ocasião Lula garantiu não haveria dinheiro público na construção dos estádios. Durante as manifestações do ano passado a presidente Dilma reafirmou isso. Uma grande mentira: dos 12 estádios construídos, 9 usaram exclusivamente dinheiro público. Os de Porto Alegre, Curitiba e São Paulo usaram parcialmente, com financiamento do BNDES, a juros subsidiados, e créditos fiscais das respectivas prefeituras. O custo dos estádios, para o setor público, superou R$ 8 bilhões.

Por isso, a hora de protestar é essa mesmo. Os turistas que vem ao Brasil precisam saber que o povo não é bobo: gosta de futebol, mas preza, antes de tudo, pelos seus direitos!