A bancada do PSOL na Câmara Municipal esteve reunida na tarde desta quarta-feira, 21, com o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça. Pedro Ruas e Fernanda Melchionna, acompanhados da líder do PSOL na Câmara dos Deputados, Luciana Genro, e do presidente estadual do partido, Roberto Robaina, foram à prefeitura pedir o congelamento das tarifas de ônibus e lotação por um período de seis meses, em decorrência da crise econômica que afeta o planeta. Participaram da audiência os secretários municipais de Mobilidade, Luiz Afonso Senna, e Governança, Clênia Meranhão, além de técnicos da EPTC – Empresa Pública de Transporte de Circulação.
Luciana expôs ao prefeito a necessidade dos empresários reduzirem sua margem de lucro neste momento de crise, em que os trabalhadores estão perdendo seus empregos ou temendo ficar desempregados. Ela levou os textos de seus projetos de lei que propõem a proibição das demissões sem justa causa e o prorrogamento do seguro-desemprego para até dez meses, durante a turbulência econômica.
Para Robaina, o congelamento teria um grande apoio popular. Fogaça foi receptivo à proposta e o encontro se deu de forma bastante descontraída. Mas ponderou que há questões econômicas envolvidas e pediu que Senna explicasse as planilhas de gastos das empresas. Segundo a EPTC, hoje, a margem de lucro das empresas de ônibus é de 6%. Ruas e Fernanda acharam alto e o prefeito admitiu que o valor poderia ser revisto.
“É uma pena que esta decisão esteja acima da administração pública. Eu fui vereador no tempo em que o aumento da passagem era votado na Câmara, e vi a pressão que a ATP é capaz de exercer. O valor aprovado era sempre superior ao proposto no início dos debates”, lamentou Ruas. Segundo Fogaça, não há uma data-limite para a aprovação do aumento da tarifa. As lideranças do PSOL colocaram que esperam, ao menos, serem informados previamente sobre a decisão do prefeito. A bancada municipal promete tentar todos os recursos possíveis para evitar o reajuste.