A deputada estadual Luciana Genro (PSOL), acompanhada de Fernanda Melchionna (PSOL), recebeu das mãos de educadores e alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Santa Inês, localizada na zona rural de Passo do Silvestre, no município de Alegrete, dois ofícios com demandas consideradas urgentes pelo grupo para qualificar a educação dos estudantes do campo e ampliar suas oportunidades de formação. A primeira seria para a implantação do Ensino Médio Técnico em Agroecologia integrado na instituição.
Visando garantir a profissionalização dos jovens da região e ampliar a suas possibilidades de trabalho, a iniciativa atende a uma demanda histórica da população local. Segundo a direção da escola, grande parte das famílias da região atuam em atividades agropecuárias, como plantio de arroz, soja e manejo de gado, mas sem a formação técnica adequada. “A agroecologia é uma área estratégica para o desenvolvimento da região. Nossos estudantes têm uma relação direta com a terra, mas muitas vezes não conseguem transformar essa experiência em qualificação profissional. Um curso técnico integrado ao Ensino Médio atenderia exatamente essa realidade”, destacou a professora Izabel Vieira ao citar parte do documento entregue as parlamentares.
“Receber essa demanda da comunidade escolar reforça aquilo que defendemos há anos: que a educação do campo precisa dialogar com a realidade e com o futuro dos seus estudantes. Implementar o Ensino Médio Técnico em Agroecologia é garantir que os jovens tenham formação qualificada para transformar o conhecimento que já produzem no dia a dia em oportunidades concretas de vida, trabalho e desenvolvimento sustentável”, pontuou Luciana Genro.
A escola também entregou às deputadas um segundo ofício solicitando a implementação do regime de turno integral. A medida, conforme justificativa apresentada pela instituição, está alinhada às diretrizes nacionais de educação e ao Programa Escola em Tempo Integral do Ministério da Educação. “O pedido de turno integral é absolutamente justo e necessário. Estamos falando de uma escola distante 90 km da sede do município, com estudantes que permanecem no colégio enquanto suas famílias trabalham nas lavouras. Ampliar a jornada significa proteger, acolher e garantir mais aprendizagem”, sinalizou Fernanda Melchionna durante o encontro.
De acordo com a direção, a ampliação da jornada escolar garantiria mais segurança, acolhimento e aprendizado aos estudantes, através de atividades extracurriculares, como esportes e reforço escolar, e ainda um acompanhamento pedagógico mais qualificado, contribuindo diretamente para a melhoria do ensino.
Agora, Luciana Genro irá encaminhar as demandas aos órgãos responsáveis e irá acompanhar o processo para que as reivindicações sejam atendidas. “As escolas do campo precisam ser vistas, valorizadas e fortalecidas. Educação técnica em Agroecologia e ensino em tempo integral não são apenas políticas educacionais, mas políticas que irão garantir o futuro dessas famílias e da juventude rural”, finalizou.