Diante da grave e reiterada crise no fornecimento de medicamentos nas farmácias públicas municipais na cidade de Uruguaiana, a deputada estadual Luciana Genro (PSOL), mais uma vez, enviou ofício à Secretaria Municipal de Saúde solicitando acesso ao cronograma atualizada para a compra dos produtos essenciais à manutenção do bem-estar dos moradores da cidade. A solicitação, encaminhada nominalmente à secretária Ana Caroline Barreto, é motivada novamente pelos inúmeros relatos que ainda chegam ao gabinete da deputada sobre a persistente falta dos produtos nos locais.
Entre os remédios em falta estão itens de uso diário como dipirona, enalapril, vitamina D e até mesmo medicamentos controlados, como a fenitoína, fundamental no tratamento de convulsões. Unidades de saúde nos bairros Centro, Tabajara Brites, União das Vilas e Hípica estão entre as afetadas pelo desabastecimento.
Além da falta de medicamentos, Luciana Genro também recebeu denúncias sobre a precariedade na comunicação entre as unidades de saúde e a população. Usuários relataram dificuldades em obter informações por telefone ou WhatsApp, canais que estariam fora de operação em diversas unidades.
“Continuar recebendo denúncias sobre a falta de medicamentos essenciais é algo extremamente alarmante. Em muitos casos, estamos falando de pessoas idosas que estão há mais de oito meses sem acesso ao tratamento necessário para controlar ou amenizar os efeitos imediatos de doenças graves. Isso é inadmissível”, criticou a deputada Luciana Genro ao comentar sobre um dos relatos recebidos, o de um idoso desempregado que convive com crises de convulsão há mais de 30 anos e nunca havia enfrentado tanto tempo sem os medicamentos que controlam a doença. Sem condições de adquirir o remédio por conta própria, ele segue o tratamento apenas com uma das medicações prescritas, o que compromete sua estabilidade de saúde e o expõe a riscos graves.
Casos como esse evidenciam o impacto direto da falta de medicamentos sobre a vida da população, especialmente de idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade. A ausência prolongada de remédios essenciais, por exemplo, pode agravar doenças crônicas, provocar internações e até resultar em mortes evitáveis. “Os mais afetados são justamente os que mais precisam, aqueles que estão em situação de maior vulnerabilidade”, pontuou a parlamentar.
A própria Secretaria Municipal de Saúde reconheceu o problema, alegando que a escassez decorre de uma possível falta de matéria-prima nos laboratórios responsáveis pela produção dos medicamentos. As empresas contratadas teriam solicitado a prorrogação dos prazos para entrega dos insumos, o que, embora esteja dentro da legalidade, resulta em sérias consequências para a saúde da população de Uruguaiana e região.
Diante da persistência do problema, Luciana Genro encaminhou um novo ofício à Secretaria Municipal de Saúde cobrando a apresentação de um cronograma detalhado com a previsão de regularização do abastecimento. A parlamentar exige um esclarecimento sobre o andamento do processo licitatório, a adoção de medidas emergenciais e uma data concreta para que os medicamentos cheguem à população. “A resposta da prefeitura não basta. É preciso garantir transparência e agilidade para proteger a vida das pessoas. A saúde pública não pode esperar,” concluiu a deputada.
