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Moradores e ambientalistas realizaram um protesto na tarde deste sábado (19) na comunidade de Águas Claras, em Viamão, contra o projeto da Corsan/Aegea, que prevê a perfuração de dezenas de poços para captação de água subterrânea na região. A deputada estadual Luciana Genro (PSOL) esteve presente no ato e declarou apoio à mobilização.

“O que está em jogo é o acesso à água como direito básico da população. Esse projeto representa uma ameaça aos aquíferos e ecossistemas locais, e é mais uma consequência da privatização da Corsan, que retira da comunidade o controle sobre seus próprios recursos naturais”, denunciou.

O protesto ocorreu às margens da RS-040 e reuniu dezenas de moradores, com faixas, cartazes e carro de som. O temor da comunidade é de que a captação em grande escala, que pode chegar a até 77,7 milhões de litros por dia, segundo estimativas, comprometa o abastecimento local e os banhados da região, como o do Pacheco e Chico Lomã.

Dirigentes do PSOL Viamão e o mandato da deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL) também se somaram ao ato, juntamente com integrantes do Movimento Sem Terra (MST), Não ao Lixão, Associação do Lago Tarumã, Sindicato dos Municipários de Viamão e Cpers Sindicato.

A comunidade de Águas Claras consome hoje cerca de 3 milhões de litros de água por dia. Segundo os moradores, a extração prevista pela Corsan/Aegea é até 25 vezes maior do que o consumo da população local.

Omar Fraga, presidente da Associação de Moradores, alerta que não há garantias de que a água retirada será suficiente para abastecer outros municípios sem comprometer as nascentes e a qualidade de vida em Águas Claras. Além de questionar o volume da extração, a comunidade critica a falta de consulta pública sobre o projeto. “A comunidade teme que o fornecimento de água para municípios vizinhos seja feito às custas do esgotamento dos recursos naturais da região”, desabafa.