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Após receberem relatos de um surto de esporotricose em gatos no bairro Bom Jesus, em Porto Alegre, a deputada estadual Luciana Genro e o vereador Roberto Robaina, ambos do PSOL, estão cobrando ações da Prefeitura da cidade contra a zoonose. Os parlamentares questionam o Executivo acerca dos protocolos adotados contra a doença e se há fornecimento de medicação antifúngica para animais diagnosticados.

A esporotricose é uma doença causada por um fungo que acomete principalmente gatos, causando lesões visíveis na pele, e que pode ser transmitida para humanos, o que a caracteriza como uma zoonose. Mesmo que seja menos comum, a esporotricose pode também afetar outros animais, incluindo cachorros.

“Até agora, uma moradora do bairro Bom Jesus vinha arcando com as medicações para os gatos do bairro, tirando do próprio bolso. Mas, de forma totalmente compreensível, ela não dispõe mais de condições financeiras, emocionais ou de tempo para lidar sozinha com a situação. Então fica evidente a ausência de políticas públicas, o que é agravado pelo fato de que há relatos de casos em diversos pontos da cidade”, aponta Luciana Genro.

“Num assunto que envolve saúde das pessoas e bem-estar animal, não se pode permitir uma posição omissa do governo. Espero que a comunidade tenha seus apelos atendidos com urgência”, complementa Roberto Robaina.

Segundo a moradora que procurou os parlamentares, em anos anteriores havia a possibilidade de fornecimento de medicamentos pela Prefeitura mediante notificação de um médico veterinário. No entanto, há informações de que esse procedimento foi interrompido, sem explicações oficiais. Ela também relatou que tentativas de contato com a Unidade de Bem-Estar Animal e com a Coordenação de Causa Animal não tiveram qualquer retorno até o momento.

No ofício enviado à Prefeitura, os parlamentares também questionam se há equipes designadas para resgates emergenciais de animais em sofrimento extremo, por que os canais de atendimento não estão respondendo às demandas da população, quais são as ações preventivas, educativas e de monitoramento epidemiológico que estão sendo implementadas ou previstas, assim como se a Prefeitura dispõe de dados atualizados sobre os registros de esporotricose na cidade.