Denúncias graves envolvendo a Brigada Militar de Santa Maria chegaram ao mandato da deputada estadual Luciana Genro (PSOL). Os relatos, feitos por servidores da corporação, apontam para fraudes administrativas, assédio moral e pressões indevidas dentro da Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Sargentos (EsFAS) e do Hospital da Brigada Militar. A parlamentar encaminhou dois ofícios à Corregedoria e ao Comando da BM cobrando providências urgentes e garantia de proteção aos denunciantes, que temem retaliações.
“Se comprovadas, essas denúncias revelam um cenário alarmante de desrespeito aos direitos dos servidores da segurança pública. É inadmissível que trabalhadores, já expostos a uma rotina exaustiva, sejam submetidos a pressões, intimidações e descaso dentro das estruturas que deveriam garantir seu bem-estar. Vamos seguir acompanhando para que a apuração ocorra com seriedade e sem perseguições aos envolvidos”, destacou.
Na EsFAS, os relatos indicam que o Departamento de Ensino teria determinado o sobreaviso de todo o efetivo nos finais de semana, o que por si só não configura irregularidade. No entanto, a situação teria sido agravada por uma suposta orientação para manipular os registros de carga horária. Segundo os denunciantes, sargentos foram pressionados a “apagar” horas extras já realizadas dos mapas de controle, e documentos antigos teriam sido recolhidos e descartados, caracterizando possível fraude administrativa.
Também foi denunciado que uma oficial estaria ministrando aulas durante seu horário regular de expediente, em desacordo com as normas internas da corporação. Além disso, há queixas de um ambiente de intimidação constante, com ameaças veladas a quem contesta ordens.
Já no Hospital da Brigada Militar de Santa Maria, as denúncias envolvem a atuação de médicos sob pressão para restringir a emissão de atestados. Os relatos apontam que, mesmo em situações delicadas (como casos de depressão pós-parto ou servidores que precisavam cuidar de filhos doentes) os profissionais da saúde estariam sendo cobrados pelo comando a limitar os afastamentos concedidos. Essa prática, se confirmada, compromete não só a saúde física e mental dos servidores, como também fere a autonomia médica e os princípios do cuidado integral.
Luciana Genro solicita, nos documentos enviados, que a Corregedoria investigue os casos com seriedade, assegure o sigilo dos envolvidos e comunique ao mandato as medidas adotadas, inclusive eventuais sanções, caso as denúncias sejam confirmadas. Reforça que o combate a esse tipo de abuso é essencial para preservar a dignidade dos servidores da segurança pública e para garantir que denúncias possam ser feitas sem medo de retaliação.
Confira os ofícios na íntegra: