Foto: Claudio Fachel / ALRS.
Foto: Claudio Fachel / ALRS.

| Saúde

Enquanto a saúde de Canoas enfrenta uma grave crise, a Prefeitura da cidade ameaça extinguir a Fundação Municipal de Saúde. Diante do cenário, a deputada Luciana Genro (PSOL) levou o assunto à Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, onde o presidente do Sindisaúde-RS, Julio Jesien, e representantes dos trabalhadores abordaram a pauta.

“Eu estive em Canoas no dia da reunião com a prefeitura sobre a questão da Fundação Municipal e me comprometi a trazer essa temática para a Comissão, porque evidentemente é um problema dramático que os trabalhadores de Canoas enfrentam, e a população de Canoas como um todo enfrenta”, colocou Luciana Genro, destacando a atuação dos profissionais de Canoas durante a pandemia e a enchente.

Julio Jesien abordou o caos na saúde de Canoas, com problemas existentes no Hospital Pronto Socorro (HPS), no Hospital Universitário (HU) e nas UPAs. “Mas o que tem funcionado bem é a Fundação Municipal de Saúde. Então por que a Prefeitura teria a ideia de extingui-la nesse momento?”, questionou.

O enfermeiro Sérgio Prinstrop, servidor municipal, explicou que a Fundação é responsável pelos profissionais de corpo técnico que trabalham nas 28 unidades de saúde de Canoas. São 880 profissionais que ficaram sabendo da possibilidade de extinção da Fundação Municipal.

“Nosso contrato atual tem vigência de só mais dois meses, então é preciso que haja um novo contrato entre a Secretaria de Saúde e a Fundação. Nosso receio é ficarmos sem contrato ativo vigente e acontecer um encerramento abrupto, como já ocorreu no HPS”, firmou Sérgio Prinstrop.

Já a situação do HPS de Canoas foi detalhada pelo médico Paulo Wageck, que relatou que o hospital foi fechado na enchente e não reabriu ainda. “O HPS foi engolido pelas águas, mas o que mais assusta é o silêncio desde então. Apesar de já ter passado um ano da enchente, a estrutura do HPS não existe mais da forma como funcionava. Perdemos mais de 100 leitos, duas UTIs, bloco cirúrgico, Centro de Trauma e uma Clínica. Os demais hospitais não têm como absorver tudo isso”, colocou.

Não há, até o momento, uma garantia de que o HPS será reconstruído como hospital, e cerca de 500 trabalhadores foram demitidos. Por isso, também foi levada à Comissão a demanda de retorno do hospital a suas funções originais, com a garantia de verbas e prazos.