Em meio às comemorações dos 59 anos do município de Cachoeirinha, a deputada estadual Luciana Genro (PSOL) visitou a cidade para ouvir a população e cobrar respostas do poder público diante dos impactos ainda remanescentes da enchente de 2024.
Após a tragédia climática, a principal demanda da população de Cachoeirinha é o início imediato das obras de extensão dos diques, que poderiam ter impedido que grande parte da água invadisse a cidade durante a enchente. Para a deputada, os moradores reforçam que, sem o aumento da malha de proteção, Cachoeirinha seguirá vulnerável a novas tragédias.
“É inadmissível que uma obra fundamental como a extensão dos diques esteja parada desde 2015, mesmo após uma tragédia climática que escancarou a vulnerabilidade da população. Já houve repasse de recursos do governo do Estado, mas falta vontade política para tirar esse projeto do papel. Não podemos aceitar que a negligência siga colocando vidas em risco”, cobrou a deputada.
A visita começou na Praça Leonel Brizola, um dos símbolos da cidade, localizada logo na entrada do município. O local, que ficou completamente submerso durante a enchente, continua cercado por sinais de abandono e destruição. As construções ao redor foram duramente atingidas e muitas famílias abandonaram suas casas temendo uma nova tragédia.
Acompanhada do presidente do PSOL de Canoas, Lucas Cardoso, Luciana Genro esteve nas proximidades da Casa de Cultura Demósthenes González, importante espaço cultural e comunitário que segue desativado desde que foi inundado. “O abandono do espaço revela a falta de prioridade com a cultura e com os espaços de convivência social, fundamentais para o bem-estar da população”, pontuou a parlamentar.
Outro ponto da visita foi a região próxima à casa de bombas nas imediações da Avenida João Pessoa. A estrutura, que deveria prevenir alagamentos, não cumpre sua função de forma eficaz. A precariedade do sistema contribuiu para dois novos episódios de alagamento só neste ano, aumentando a insegurança de quem vive nas proximidades.
Além disso, os moradores da região próxima ao Rio Gravataí denunciaram que a rede de esgoto segue comprometida após a enchente. Mesmo após ações pontuais, como o jateamento, os canos permanecem obstruídos por sedimentos, o que provoca o retorno do esgoto para dentro das casas durante chuvas mais intensas. A situação tem afetado diretamente a saúde e a dignidade de diversas famílias que decidiram permanecer na região mesmo após a enchente.
A deputada se comprometeu a seguir pressionando o governo estadual e cobrando providências imediatas para que os moradores de Cachoeirinha não fiquem novamente à mercê do abandono.