Por iniciativa da deputada Luciana Genro (PSOL), em articulação com o presidente do PSOL em Sant’Ana do Livramento, Fabiano Benites, dois professores municipais foram à Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Assembleia Legislativa denunciar remoções das escolas onde atuavam, sem justificativas plausíveis. Os professores Thiago Thorbes e Leonardo Machado relataram estarem enfrentando diversas dificuldades, que para eles beiram a perseguição, para realizarem o seu trabalho.
“São situações graves, pois de acordo com os relatos os professores foram removidos de escola sem justificativas plausíveis. Meu mandato está à disposição, assim como o PSOL Livramento, para mediar essa situação e dialogar com a Prefeitura sobre estes conflitos”, afirmou a deputada.
Segundo o professor Thiago, uma das escolas em que ele atuava, a Emef Pref. Camilo Alves Gisler, passou a ser de turno integral, e ele foi um dos docentes que demonstrou interesse em ampliar sua carga horária para poder cumprir as horas necessárias neste novo modelo. “Eu consegui abrir mão de algumas horas na Secretaria Estadual, pois dou aula também no Estado, mas posteriormente me falaram que estava sendo removido para uma escola do interior do município, a 35km. Não quiseram me dar a justificativa, nem sequer por escrito”, relatou ele, que ainda por cima acabou sendo conduzido pela Brigada Militar para fora da Secretaria Municipal de Educação.
Mesmo com uma decisão judicial em caráter liminar reintegrando Thiago à escola, o Executivo segue mantendo-o em outra instituição. Para piorar, o professor está sendo difamado nas redes sociais após o ocorrido. Também à Comissão, o professor Leonardo Machado apontou que suspeita que as remoções possam ter conexão com o fato de ambos terem apoiado o candidato de oposição ao atual governo nas eleições para a Prefeitura.
No caso de Leonardo, a diretora da escola onde ele trabalhava foi informada da remoção pela Secretaria Municipal de Educação. Quando ele mesmo procurou respostas, primeiramente foi dito que seria “promovido para um projeto”, mas por fim Leonardo foi apenas colocado em outra escola, muito mais distante da instituição em que ele trabalha pela manhã. “Fui colocado na Escola Pacheco Prates sem nenhuma justificativa. Hoje tenho um processo via judicial, aguardo a liminar, mas estou numa escola distante, com intervalo muito curto para ir da escola da rede estadual para a municipal”, relatou.
A Comissão de Educação irá oficiar a Secretaria Municipal de Educação sobre o assunto e voltar a falar com os professores quando obtiver retorno.