A deputada estadual Luciana Genro (PSOL) esteve na Unidade Básica de Saúde Restinga (Abolição) para averiguar as condições de acessibilidade dos banheiros da unidade. O pedido foi feito por Mara Núbia, ativista dos direitos das pessoas com deficiência e usuária da UBS. Diante da situação, a deputada se comprometeu a articular uma emenda parlamentar para a realização das adequações necessárias. Atualmente, a gestão do prédio é de responsabilidade do Hospital Vila Nova.
Durante a visita, foi constatado que atualmente há dois banheiros na UBS: um deles está interditado devido à queda de lajotas nas paredes, enquanto o outro é inacessível para cadeirantes. Não há espaço suficiente para sair com segurança e sem manobras que colocam em risco a integridade física do cadeirante. Além disso, o banheiro não possui barras de apoio, o que compromete ainda mais a segurança e a dignidade das pessoas com deficiência.
A realidade da UBS Restinga reflete ainda um problema mais amplo. Segundo relatos da comunidade, há uma percepção de que nenhuma das unidades de saúde da Restinga possui banheiros adaptados. “A Restinga Velha é sempre a última a ser atendida, sendo que somos uma das regiões que mais precisa. Nossa região está crescendo e nós precisamos de uma assistência maior”, afirmou Mara durante o encontro com a deputada. O crescimento recente da região, impulsionado pela construção de novos condomínios, aumenta ainda mais a urgência por investimentos em infraestrutura e serviços públicos.
Como encaminhamento, a deputada Luciana Genro realizará um levantamento de todas as unidades de saúde de Porto Alegre para verificar a acessibilidade dos banheiros e, a partir disso, tomará medidas mais amplas para garantir o direito à acessibilidade nesses espaços tão importantes.
Além das questões de acessibilidade, ao perceber que a unidade estava lotada, a deputada Luciana Genro questionou o motivo da longa espera por atendimento. Foi então informada de que a UBS conta com apenas cinco médicos da família, número que parece insuficiente diante da alta demanda da população por atendimento.
Todos os dias, um dos profissionais precisa atuar como “médico volante”, ficando responsável por atender os casos que chegam por demanda espontânea, o que gera sobrecarga e dificulta o acompanhamento contínuo dos pacientes.
A unidade, que deveria funcionar com foco na prevenção, acaba assumindo atendimentos emergenciais como infartos, surtos psicóticos, picos de pressão e até partos. Em razão das unidades especializadas estarem muito distantes da comunidade, todos procuram a UBS para atendimento. Com o crescimento populacional da região e o aumento da vulnerabilidade social, essa realidade se torna ainda mais alarmante e demanda ações urgentes do poder público. Outro problema identificado pela deputada na visita foi a falta de um CAPS e CAPS I na região. Luciana se comprometeu a questionar a prefeitura sobre a existência de algum plano para abrir estes serviços.