Luciana se reuniu com moradoras do bairro que relataram as consequências do desmatamento.
Luciana se reuniu com moradoras do bairro que relataram as consequências do desmatamento.

| Meio Ambiente

Uma área de 50 hectares de mata está sendo desmatada para dar lugar a empreendimentos que serão construídos no entorno de um novo atacado do grupo Zaffari no bairro Jardim Sabará, zona Norte de Porto Alegre. Moradoras que estão na luta contra este projeto se reuniram com a deputada Luciana Genro (PSOL) nesta quinta-feira (12). A deputada irá questionar a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) sobre o assunto.

“É inadmissível que uma área verde com tamanho tão grande, que abriga tantas espécies de flora e fauna, seja derrubada sem que a comunidade tenha ao menos direito a acompanhar os debates sobre o assunto. Infelizmente, a lógica do capitalismo é de destruir a natureza para dar lugar a grandes empreendimentos”, avalia Luciana Genro.

Segundo os relatos, os moradores do bairro descobriram que a área estava sendo desmatada quando graxains começaram a aparecer nas casas, revirando os lixos. “Em teoria, deveriam realocar os animais para outro local antes de começarem a desmatar. Mas até hoje os graxains seguem lá, se reproduzindo inclusive, enquanto o habitat deles é destruído”, narrou a moradora Elaine Rodrigues.

O plano do Zaffari e da construtora Melnick é construir um Cestto Atacadista, que já está em andamento, e nos entornos do local abrir ruas para que seja feito o loteamento residencial Jardim Itália. “É um impacto muito grande que vai haver na comunidade do entorno, com a chegada de um condomínio de luxo, e nós não temos transparência para acompanhar esse processo”, colocou a moradora Ester Freitas. Ela também chama atenção para as questões ambientais, como prevenção a altas temperaturas e a enchentes, para as quais áreas verdes contribuem.

Os moradores não tiveram acesso à lista de espécies que existem no local e não conseguem acompanhar com transparência a remoção deles. Por isso, Luciana Genro irá enviar um pedido de informações para a Fepam questionando se estão acompanhando o caso, se o licenciamento ambiental está em ordem e qual a situação da fauna local.

“Não existe compensação para esse desmatamento. É uma área verde enorme no meio da cidade, que inclusive faz parte da cultura e da história do bairro”, destacou a moradora Bessie Barcelos. Segundo elas, o desmatamento ocorreu muito rápido e a previsão é que sejam mantidas apenas as áreas com nascentes.

As moradoras irão reunir com o Ministério Público gaúcho para denunciar o caso e estão mobilizadas em todas as frentes para barrar o desmatamento. Para contribuir, assine o abaixo-assinado: www.change.org/p/sos-floresta-do-sabará e acompanhe o Instagram: www.instagram.com/sos.florestadosabara.